Cientista pode comprar óvulo para pesquisa em Nova York

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Por WASHINGTON
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Pela primeira vez, um Estado americano, o de Nova York, permitirá que pesquisadores financiados pelo dinheiro dos contribuintes remunerem mulheres dispostas a doar seus óvulos para a pesquisa de células-tronco embrionárias. A decisão foi aplaudida por muitos cientistas, mas condenada por críticos que temem a exploração de mulheres vulneráveis. O Empire State Cell Board, a entidade que gastará US$ 600 milhões para aplicar recursos públicos em estudos desta área, permitirá que cientistas remunerem essas mulheres com até US$ 10 mil pelo tempo, o desconforto e os gastos decorrentes da doação dos óvulos para a realização de experimentos. "Queremos melhorar o potencial da pesquisa com células-tronco. Se pretendermos estimular essa pesquisa como solução para uma variedade de doenças, deveremos eliminar as barreiras de todo modo possível", disse David Hohn, vice-presidente de dois comitês do conselho que apoiaram a medida. "Decidimos explorar um novo campo." A decisão, tomada sem muito alarde há duas semanas, contrapõe Nova York a todos os outros Estados que oferecem financiamento para pesquisa com células-tronco embrionárias humanas e com as diretrizes básicas de organizações científicas, como a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. Entretanto, ela foi aplaudida pelos que defendem esse tipo de pesquisa, pelos cientistas que atuam nela e por alguns bioeticistas, segundo os quais a medida eliminará um grave obstáculo à realização dos objetivos mais importantes da pesquisa: a produção de tecidos para serem enxertados em pacientes. "É uma medida extremamente adequada, realmente importante", disse Susan Solomon, que ajudou a fundar a New York Stem Cell Foundation, uma organização de pesquisa privada sem fins lucrativos. "Isso poderá fazer com que possamos tentar algumas experiências cruciais, na esperança de que levem a tratamentos de doenças devastadoras."

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