Celebração fashion

As coleções da SPFW mostram as novidades e tendências para o verão

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Por Virna Wulkan
Atualização:

A 25ª edição da São Paulo Fashion Week, encerrada na segunda-feira, antecipou a moda que será produzida, consumida e desejada no verão 2009. Desta vez, os estilistas parecem ter fugido das macrotendências - idéias que se repetem em várias coleções e que acabam sendo disseminadas. A semana foi marcada por uma variedade de propostas. SEVENTIES A onda setentinha já vem do inverno, com as calças de boca larga e as batinhas meio ciganas. Vai continuar firme, trazendo as lavagens em degradées, o tie-dye e o batik (ambos efeitos de manchas localizadas), e principalmente a estampa liberty - aquela de flores miúdas. Nos pés, sandálias de salto de madeira e de corda, ou as rasteirinhas. A trilha sonora bem que poderia ser All you Need is Love, dos Beatles. Quem apostou? Cia. Marítima e Colcci. BONEQUINHA DE LUXO O look bailarina entrou com tudo: minissaias rodadas sobrepondo camadas de tecido ou de tule, trabalhos com babados, corselets e até sapatilhas que remetem ao balé. Muitas vezes complementado por detalhes de flores, borboletas ou laços. Bem menina, bem graciosa. Nessa linha seguiram grifes como Triton, Colcci, e alguns looks de Gloria Coelho e Priscilla Darolt ALFAIATARIA PRECIOSA No outro extremo do visual bailarina, algumas grifes pensaram numa concepção mais adulta, muitas vezes até minimalista. São coleções onde há o predomínio do corte, do caimento e do tecido. Neste caso, cores e estampas tendem a ser discretas e as silhuetas, mais ajustadas - com peças como saias-lápis e vestidos-tubinhos - ou fluidas, com tecidos nobres, como a seda. Fórum, Iódice e Fause Haten são as marcas que aderiram ao estilo ARTE & DESIGN O cruzamento entre moda e arte, com estampas inspiradas em pinturas, como fez Glória Coelho, ou que lembram pinceladas de tinta abstratas, como nas peças de Herchcovitch, é uma tendência também nas passarelas internacionais e que veio para ficar. Aproveitando o mood artístico da temporada, duas grifes fizeram seus desfiles em galerias e museus: Isabela Capeto, que elegeu o galpão da Fortes-Vilaça, e Marcelo Sommer, da grife Do Estilista, que usou o MAM como cenário. No campo do design, em geral com viés futurista, alguns estilistas apostaram em roupas bem estruturadas, com formas geométricas e detalhes de ombros e golas construídas - influência forte de Balenciaga. Foi o caso de André Lima e Pedro Lourenço, e alguns looks de Fause Haten, Gloria Coelho e Iódice FIQUE DE OLHO O que mais você vai ver na moda verão: bermudas (que voltam depois da febre dos shorts), muitas variações das sandálias gladiador (à la Balenciaga, todo mundo já sabe), cinturas altas (estão em todas), pantalonas (guarde as suas do inverno), cores vibrantes (em especial, o laranja) e coletes (dos despojados aos mais masculinos). Agradecimento ao Senac Moda Informação. Colaborou a consultora de imagem Kátia Fridrich. NOIVAS HISTÓRICAS Elas simbolizam quase um ritual nos desfiles de alta-costura, o grand finale. Por aqui pouca atenção se dá para as noivas. Desta vez, surgiram pelas mãos do genial Samuel Cirnansk, que explorou o rococó do século 18, evocando Maria Antonieta. Num trabalho exuberante, criou modelos com anáguas, corsets, babados, tules, laços, tecidos adamascados e tudo que a moda de época pede. Sem falar nos detalhes de flores na cintura, na cabeça e nas mãos. Uma verdadeira poesia fashion OUTRAS VIAGENS O look étnico tem lugar cativo em todas as temporadas. O México foi lembrado nas coleções da Cori, principalmente nos vestidos de estampas coloridíssimas, e da Isabela Capeto, com seu artesanato fashion, que trabalha com paetês, sianinhas, bordados, penduricalhos, babados, etc. Bem distante de lá, Reinaldo Lourenço se inspirou no desenho das porcelanas francesas de Sèvres e de Limoges, e nas da Rússia, para criar algumas das estampas mais bonitas da estação. De volta ao Brasil, na linha mais regional, o próprio Reinaldo mostrou vestidos inteiramente tramados por artesãs do Recife, que chegam a levar doze dias para confeccionar uma peça. A Maria Bonita usou cordas como acessórios, de rendas nordestinas e tricôs com forma de redes

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