PUBLICIDADE

Causa da morte de Jackson sai em 1 mês

Polícia ouvirá profissional que estava com cantor quando ele passou mal

Por Jotabê Medeiros
Atualização:

A polícia de Los Angeles só vai informar oficialmente o resultado completo da autópsia no corpo do cantor Michael Jackson, morto anteontem aos 50 anos, daqui 4 a 6 semanas. Segundo a instituição que equivale ao Instituto Médico Legal de Los Angeles, não é possível fazer conjecturas sobre as causas da morte. O porta-voz da instituição, Craig Harvey, informou que "não há indicação de anormalidade" no corpo, que seria liberado para a família na noite de ontem ou, se os Jacksons preferissem, hoje. Respaldados por informações de pessoas próximas ao cantor, mais de cem repórteres faziam plantão no local, em Boyle Heights, para tentar obter informações preliminares sobre a causa da morte. Jornais populares têm divulgado a suspeita de que Jackson estivesse injetando em si, com a ajuda de um médico, o anestésico Demerol (remédio muito forte semelhante à morfina, que no Brasil recebe o nome de Dolantina e é usado para casos de dores intensas, de problemas cardíacos a trabalho de parto). Michael Jackson, cantor, compositor e dançarino, que chegou ao ápice da fama no início da década de 1980 com o disco Thriller e passou os últimos anos como alvo de polêmicas envolvendo sua aparência, seus hábitos extravagantes, suas finanças e até acusações - nunca comprovadas - de pedofilia, seria viciado em medicamentos, segundo muitas versões que circulam na imprensa em Los Angeles. Segundo lembrou o site de celebridades TMZ, que deu o "furo" da internação e da morte do cantor, anteontem, Jackson foi processado em 1997 pela rede Mickey Fine Pharmacy por não pagar a conta da farmácia. O valor da conta supostamente não paga era assombroso: US$ 101.926,66. 0 caso foi suspenso um mês depois na Justiça, possivelmente após um acordo amigável. O TMZ também publicou que o pai de Jackson, Joe, queria interná-lo em uma clínica de reabilitação na Califórnia. Brian Oxman, amigo da família e ex-advogado de Jackson, afirmou, acompanhado de Jermaine, Randy e La Toya, três dois oito irmãos de Michael, que andava preocupado com um possível uso excessivo de analgésicos por parte do cantor e que havia alertado seus parentes a respeito. Segundo ele, Jackson tomava esses remédios por causa de antigas fraturas causadas por quedas no palco. "Eu não sei o que causou a morte dele, mas eu temia por esse dia." A profusão de hipóteses para a morte do cantor tem sido rechaçada pelas autoridades. O tenente Gregg Strenk, do Departamento de Homicídios da polícia de Los Angeles, disse ao jornal Los Angeles Times que a hipótese do uso do Demerol nem está sendo cogitada pela investigação. Mas Strenk confirmou que a polícia está buscando para um novo papo o médico que cuidava do cantor, identificado até agora como Conrad Murray, cardiologista que tem consultórios no Texas e em Nevada. A informação de que havia um médico com o cantor quando ele passou mal foi dada no telefonema que comunicou a emergência. Murray estava com Jackson na hora do enfarte e falou brevemente com a polícia no UCLA Medical Center. Ele tinha sido contratado pela empresa de concertos AEG Live e acompanharia Jackson durante a turnê de 50 concertos que ele marcou em Londres. O fisiculturista Lou Ferigno - mais conhecido por ter interpretado o papel do Incrível Hulk em uma série de TV - estava cuidando da preparação física do astro. No telefonema que pediu socorro, um homem não identificado e que não revelou que o chamado dizia respeito a Michael Jackson relata que uma pessoa de 50 anos estava em uma cama, inconsciente e não respirava nem respondia a massagem cardíaca. Quando o atendente pede para que o paciente seja colocado no chão para que receba ressuscitação cardiopulmonar, o homem que fez o chamado afirmou que um médico particular estava na residência. Ele também disse que esse médico teria sido a única pessoa que testemunhou o colapso do músico. Jackson morreu menos de uma hora depois, no centro médico da Universidade da Califórnia Los Angeles. HERANÇA E CUSTÓDIA Outra discussão é sobre a herança do cantor e a custódia legal dos seus filhos. A ex-enfermeira Debbie Rowe, que foi casada com Jackson e é mãe de dois dos seus filhos, está sendo apontada por advogados e especialistas como a pessoa que deverá ter a custódia. Debbie tinha feito um acordo com Jackson, abrindo mão dos seus direitos maternos e legais, mas depois foi à Justiça retomá-los. A exemplo de Elvis Presley, que tem em Graceland um local de romaria, os fãs de Jackson começam a escolher um local para celebrar seu ídolo. Centenas de pessoas têm ido até a Calçada da Fama, em Hollywood Boulevard, onde está a estrela do cantor. Ali, eles cantam, choram e se abraçam.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.