Camaradagem e elogios deram o clima do debate

Em dois momentos, convidados provocaram risos

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Por Renata Cafardo
Atualização:

Ministro e ex-ministro mantiveram um clima de camaradagem durante quase todo o debate promovido pelo Grupo Estado. Foi a primeira vez que os dois participam juntos de um evento depois que Paulo Renato Souza assumiu a secretaria da Educação, em abril. O momento mais apimentado ficou por conta do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). "Quando faço palestras, eu brinco que, se eu fosse dono de uma escola particular mal avaliada, eu ficaria rico processando o ministério", disse Paulo Renato, referindo-se à divulgação feita pelo MEC das notas do Enem, por escola. O exame foi criado pelo hoje secretário e, até 2006, tornava público apenas o desempenho dos alunos. A mudança permitiu rankings de melhores e piores escolas do País. À provocação, Fernando Haddad respondeu: "Será que eles têm maus advogados então?" A plateia riu. Em outro momento, uma brincadeira também arrancou risadas. Ao ser questionado sobre o caminho para conseguir mudar currículos de cursos de Pedagogia, Paulo Renato respondeu: "O caminho está na mão do ministro." Haddad completou: "Eu te delego competência, hoje." "Não faça isso que vou tentar ganhar", continuou o secretário, referindo-se à tentativa frustrada de tirar a responsabilidade de formação de professores dos cursos de Pedagogia enquanto ministro. Na maior parte do tempo, as divergências de ideias foram pontuais e respeitosas. A educação promete ser um dos temas que devem ser mais discutidos nas eleições de 2010. Paulo Renato e Fernando Haddad são os dois maiores especialistas em política educacional atualmente do PSDB e do PT. Elogios de ambas as partes não foram raros. Paulo Renato destacou a política de metas na educação como um grande passo do governo atual. O MEC foi o criador do conceito que estipula objetivos para escolas e municípios atingirem em determinados espaços de tempo. O ministro Haddad, apesar de mudar neste ano o exame, disse que o Enem foi um bom instrumento de avaliação criado pelo governo anterior.

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