Brasileiro toca com Jackson em seus principais álbuns

Amigo do ?Rei do Pop?, o percussionista Paulinho da Costa realizou o 1.º trabalho com o americano em 1978 e está abalado com sua morte

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Por Lauro Lisboa Garcia
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Se Michael Jackson é recordista de vendas de discos, o percussionista Paulinho da Costa possivelmente é insuperável no número de artistas brasileiros e internacionais com quem gravou - MJ incluído. Ele levou crédito em todos os álbuns da fase adulta do cantor - Off the Wall, Thriller, Bad, Dangerous e Invincible -, além do single We Are the World, de 1985.   Veja também: Um estrelato feito de paradoxo, do menino ao homem Cantor não era pai biológico, diz ex-mulher Babá revela dependência de remédios de astro De volta às paradas Fãs cantam e dançam na Avenida Paulista Michael Jackson: sucesso, polêmica e inúmeros adjetivos Em seu último dia de vida, músico cantou e dançou A trajetória de Michael Jackson, ícone do pop Michael Jackson morre primeiro no Twitter  Território Eldorado: ouça todas as fases do rei do pop  Fórum: Morre Michael Jackson, rei do pop  Veja galeria de fotos  'Thriller', o disco mais vendido da história  'Beat It', com Michael Jackson  "Thriller" encenado pelos detentos da prisão de Cebu  Além de Michael, Costa já registrou sua marca em álbuns de Madonna, Ella Fitzgerald, João Gilberto, Dizzy Gillespie, Miles Davis, Barbra Streisand, Bob Dylan, Burt Bacharach, Liza Minelli, B.B.King, Quincy Jones, Herbie Hancock e uma infinidade de outros astros da música. Muito abalado com a morte de Michael, de quem era amigo, Costa não pôde atender ao pedido do Estado para uma entrevista e enviou uma declaração por e-mail. "O sentimento é de muita tristeza, uma perda imensurável, enorme, tão grande quanto o vazio que fica com a sua partida", conclui em sua mensagem. Além de profissional respeitadíssimo, Costa é tido como artista reservado, tanto que dificilmente se apresenta ao vivo. Já recusou convites de pop stars como Madonna para excursionar e prefere trabalhar em estúdio, que é seu forte. "Michael Jackson foi uma grande inspiração para as últimas gerações e continuará sendo. Era um artista único, completo, que sabia exatamente o que queria em cada música, nas gravações e no palco. Ele revolucionou a produção musical nos Estados Unidos e no mundo, criou um novo estilo." "Ele próprio era um estilo, que influenciou não só o pop, mas também o soul, o rhythm and blues e, mais recentemente, o hip hop", comentou o músico. "A criatividade do Michael era brilhante e contagiava todos os que estivessem ao seu redor." Carioca radicado nos Estados Unidos desde 1973, ele registrou seu primeiro trabalho com Michael cinco anos depois. Foi na faixa Down to the Ground, do álbum Shake Your Body, de The Jacksons. Costa diz que sua experiência com Michael nas gravações "foi sempre muito enriquecedora". "Michael era um excelente profissional, acima de qualquer média, um gênio. E ele era muito mais do que um músico, era um performer, que deu tanto de si, mas tanto, que a gente só tem a agradecer por tudo o que ele deixou, pela alegria que ele deu às pessoas do mundo inteiro." No fabuloso primeiro álbum da fase adulta de Michael, Off the Wall (1979), Costa imprimiu sua marca no clássico dançante que abre o disco, Don?t Stop ?Til You Get Enough, além da faixa-título. Em Thriller (1982), gravou diversas faixas, mas seu trabalho acabou aproveitado em Wanna Be Startin? Somethin? e Human Nature. Depois veio We Are the World (1985), parceria de Jackson and Lionel Richie, tema do projeto humanitário USA for Africa, que reuniu um número fabuloso de astros do pop-rock americano como Ray Charles, Bruce Springsteen, Bob Dylan, Diana Ross, Paul Simon, Tina Turner, Bette Midler e outros. Foi em Bad (1987) que o nome de Paulinho apareceu nos créditos em maior número de faixas: I Just Can?t Stop Loving You, The Way You Make Me Feel, Bad e Liberian Girl. Em Dangerous (1993) gravou Will You Be There com a Cleveland Orchestra. Por último veio Cry em Invincible (2001). O produtor Quincy Jones, que trabalhou com Michael em Off the Wall e Thriller, certa vez disse que Costa "não é somente um mestre brasileiro da alma e da arte do mundo da percussão, ele também possui a atitude perfeita de sempre comparecer com 150%". Michael, por sua vez, resumiu: "É o maior percussionista do mundo". NO CINEMA O percussionista também conhecido como DaCosta mudou-se para os EUA acompanhando a banda de Sérgio Mendes. Além dos inúmeros intérpretes, instrumentistas e bandas com quem gravou, também participou de trilhas sonoras de filmes como ?Os Embalos de Sábado à Noite?, estrelado por John Travolta, e ?A Cor Púrpura?, de Steven Spielberg

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