Brasil quer nova eleição em órgão de patentes

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Por Jamil Chade e GENEBRA
Atualização:

O Brasil passou para o ataque no caso envolvendo as eleições para a direção da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI) e agora pressiona por uma nova decisão. O candidato brasileiro foi derrotado por um voto. Ontem, o Estado revelou que documentos da Justiça mostram que o candidato vencedor, Francis Gurry, apresentou queixa à polícia por estar recebendo cartas difamatórias. Os textos, anônimos, o acusam de desvio de recursos, assédio sexual e compra irregular de um imóvel. Para investigar, a Justiça de Genebra pediu a suspensão de sua imunidade diplomática e a de outros dez funcionários. Quem autorizou foi o diretor da OMPI, o sudanês Kamal Idris, que deixa a entidade sob acusação de corrupção. "Não há condições de a situação continuar assim. Não podemos ter toda uma cúpula sendo investigada. O processo (de eleição) terá de ser reaberto", protestou o embaixador do Brasil em Genebra, Clodoaldo Hugueney. Na semana passada, o australiano venceu a disputa contra o brasileiro José Graça Aranha por 42 votos a 41, apoiado pelos países ricos, que não querem perder o controle da entidade. O Brasil lidera um grupo de emergentes que querem flexibilização de patentes, principalmente de remédios. O nome de Gurry precisa ser submetido à ratificação da assembléia-geral da OMPI. Se um país apresentar objeção, é obrigatória nova eleição, na assembléia. Honduras já deixou claro que está disposta a não referendar a eleição de Gurry.

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