PUBLICIDADE

As Boas e novas bijuterias

Com quatro séculos de história, as bijuterias continuam encantando as mulheres

Por Mariana Abreu Sodré
Atualização:

Quando surgiu, no século 18, a bijuteria imitava a jóia. Era uma opção de consumo para a classe média, e um artifício engana-gatuno para os ricos, que usavam réplicas de suas poderosas peças em ouro e pedras preciosas, evitando perdas maiores - veja só - em eventuais assaltos às suas carruagens. Dois séculos depois, nos anos 20, veio Coco Chanel e tornou o que era tido como "menor" em objeto de desejo. Chanel tirou das bijuterias o estigma de meras imitações de jóias - embora ainda fossem -, valorizando e "glamourizando" as réplicas, e derrubando a moda da ostentação. Quatro décadas depois, nos anos 60, quando Paco Rabanne iniciou sua carreira, produzindo bijuterias para as maisons Dior, Balenciaga e Givenchy, as bijus já não eram só reproduções de colares, brincos e pulseiras de alto valor: tinham personalidade. De lá para cá, pouca coisa mudou. Nos anos 00, as bijuterias continuam sendo usadas como opção à jóia. Lançar mão de réplicas para poupar cifras em assaltos passou da esperteza para a necessidade. E há, ainda, quem use cópias para tentar impressionar ou enganar olhos alheios. No entanto, tal qual nos anos 20, a moda do luxo ostensivo está em declínio. E, assim como aconteceu nos anos 60, as bijuterias ganham personalidade. Nesta onda, destacam-se as criações que passam longe da imitação de jóias - e também de qualquer referência à 25 de Março. Peças com design, autenticidade e preço acessível, como as das designers paulistanas que você conhece agora. Moema Prado O sonho de Moema era ser bailarina. Esse desejo perdurou até ela se deparar com a realidade - nada fácil - da maioria dos bailarinos profissionais que vivem no Brasil. Desanimada, enquanto pensava num plano B, se inscreveu numa aula de esculturas em vidros e o que era um hobby acabou virando profissão. Seu processo criativo salta a etapa do desenho. E suas peças feitas à mão - coloridas e cheias de estilo - nunca são idênticas e não são presas a tendências, portanto, duram mais que um verão. "Sou contra o volátil, até por uma questão de consciência ecológica", diz a designer. Material: vidro. Preço médio: de R$ 35,00 a R$ 175,00 *Onde encontrar: www.moemaprado.com.br, ou no ateliê, tel.: 3675-2130. Pat Falcão Engenheira por formação, Pat Falcão tinha o desenho como válvula de escape. Durante uma estada no Canadá, começou a considerar uma segunda profissão. Assim, imaginou ser designer. Pat pôs o plano em prática aqui mesmo. Fez um curso de joalheria, usou os desenhos feitos no Canadá... E os colares delicados e seus pingentes - a maioria recortada a laser - caíram no gosto da moçada. Assim como as outras designers, Pat não segue as tendências. Tanto que não cria coleções, mas sim novos desenhos, e os antigos nunca saem de linha. "Não quero tratar meu trabalho como moda." Material: latão banhado a ouro 22 ou prata. Preço médio: de R$ 150,00 a R$ 390,00 *Onde encontrar: www.patfalcao.com.br ou no ateliê, tel.: 3812-4664 Maria Eudoxia Artista plástica, Maria Eudoxia Mellão tem mão para a arte e faro para a moda. Suas bijuterias são feitas em fios de seda, palha de seda ou xantungue - tingidos em processos naturais - e pedras. Embora não seja a sua intenção, os lindos colares e pulseiras vão de encontro à atual moda tribal e chamam a atenção. São criados e feitos à mão, no sítio da designer, que, exigente, costuma eliminar, em média, sete peças a cada dez que cria, levando apenas três para a sua loja no Itaim Bibi. "Faço bijuterias há dois anos, e têm a mesma linguagem dos objetos de decoração que crio há muito tempo", explica Maria Eudoxia. Material: fios de sedas e pedras brasileiras. Preço médio: R$ 200,00 * Onde encontrar: www.meudoxia.com.br ou no ateliê, tel.:3887-3960.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.