Animais terapeutas

Programa de terapia e atividades assistidas por animais pode contribuir para aumento do controle das emoções e da autodisciplina

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Amor incondicional, fidelidade, resposta invariável, incapacidade de julgar. Eles são assim com os donos e também com estranhos. No contato com idosos, pessoas hospitalizadas e indivíduos com distúrbios mentais, nunca se negam a estender sua pata. Com tantas qualidades, fica fácil entender porque os animais podem virar terapeutas poderosos e servir como auxiliares na aplicação de técnicas de recuperação física e mental de indivíduos debilitados. E foi exatamente a terapia e atividade assistidas por animais de estimação a maneira encontrada pelos voluntários do Projeto Doutor Cão para levar um pouco de felicidade e carinho para aqueles que necessitam de atenção especial. O trabalho voluntário, por si só, é um exercício de solidariedade. Quem se propõe a participar já revela ter uma disponibilidade para doar seu tempo e carinho ao próximo. No programa Doutor Cão, a equipe é formada por profissionais da área da saúde, humana e animal, além - é claro - dos "doutores cães". Eles são das mais variadas raças - golden retriever, bernese mountain dog, beagle, labrador, maltês, teckel, Yorkshire terrier, SRD. Cada profissional voluntário adestra seus doutores cães e mensalmente todo o trabalho é avaliado por meio de reuniões dos voluntários. Largamente utilizada na Europa, Estados Unidos e Japão, no Brasil a aplicação de animais como co-terapeutas ainda está sendo difundida. Segundo a fundadora do projeto Doutor Cão, a psicanalista Cecília Branco de Souza Leite, antes de utilizar animais nas atividades houve uma preocupação em procurar estudos que comprovassem que os bichos realmente trazem benefícios. ?Existem vários estudos científicos que comprovam os benefícios ao utilizar bichos para essa finalidade, como melhora da auto-estima, autoconfiança, aumento do controle das emoções e da autodisciplina. Além disso, a capacidade de atenção e da memória dos pacientes também são trabalhadas?, explica Cecília. Para a publicitária Patrícia Rodrigues Oliveira, esta foi a oportunidade de se doar para um trabalho social. ?Você chega a um hospital e se emociona ao ver uma pessoa que não conversa com ninguém interagir com o cão. Não esqueço uma vez que uma paciente, com graves problemas de Alzheimer (que causa esquecimentos), perguntar de um dos nossos doutores cães. Foi emocionante para todos?, lembra Patrícia. Todos os animais utilizados no programa passam obrigatoriamente pela avaliação de veterinários e de uma adestradora especialista em comportamento animal, sendo reavaliados e monitorados constantemente. O programa Doutor Cão mantém um site, o www.doutorcao.com.br, com todos os detalhes do projeto, que transforma cães em ótimos ?analistas?.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.