Análise começará em pequenas propriedades

Lote contaminado será incinerado e substituído; técnico aguarda equipamento para fazer teste

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Por Redação
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Na primeira etapa da operação, equipes da Secretaria de Agricultura e fiscais sanitários do Maranhão vão fazer a análise do arroz nos estoques de pequenas propriedades. Em casos suspeitos, amostras serão enviadas para avaliação em laboratório. Exército, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e representantes da Vigilância Sanitária atuarão numa segunda fase para recolher e incinerar o arroz contaminado e substituí-lo por produto livre de toxinas. "Para isso, aguardamos a chegada de equipamentos que vão indicar a umidade do produto. O máximo permitido é 12%", disse Arnaldo Muniz Garcia, da Secretaria da Saúde do Maranhão. A idéia é fazer uma operação casada - a interdição de arroz contaminado e sua substituição pelo produto existente nos armazéns. "Temos 700 toneladas no Estado, mas, se necessário, podemos buscar produto também em outros locais, como Rio Grande do Sul", afirmou o gerente de programas sociais da Conab, Augusto Lustosa. Ele afirma que a substituição dos estoques dos pequenos agricultores do Maranhão não será tarefa fácil. "Há um grande número de propriedades. Talvez seja necessário estabelecer postos de distribuição", completou. O primeiro passo, afirma, será fazer o levantamento da quantidade necessária para a substituição. Lustosa defende, porém, que o arroz armazenado na Conab também seja avaliado. "O produto foi adquirido de pequenos agricultores. Não podemos correr o risco de fazer a apreensão do arroz suspeito e substituí-lo por outro, também contaminado." Para o pesquisador da Embrapa Eduardo Eifert, esse risco é reduzido. "Imaginamos que o arroz tenha sido comprado de acordo com as determinações legais. Entre elas, há o quesito de umidade máxima para os grãos." ALERTA A contaminação do arroz por micotoxinas deve ser considerada um alerta importante para a agricultura no País, avalia a chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão, Beatriz Pinheiro. Ela observa que, assim como o arroz, outras culturas de pequenos agricultores são armazenadas sem o cuidado necessário, o que pode facilitar a proliferação de fungos, muitos deles nocivos para a saúde. "Existem as casas de farinha, mandioca, feijão. É preciso orientar pequenos agricultores a manejar o produto de forma adequada, para evitar que problemas como o do arroz se repitam." No caso do arroz, agentes sanitários deverão fazer um trabalho de conscientização, logo após a interdição ser realizada. Só assim será possível evitar que a nova safra seja contaminada pelas micotoxinas. "Não é algo difícil. Com assistência técnica e investimentos locais é possível garantir a qualidade do produto", completa Beatriz. O plantio da nova safra já começou. A colheita está programada para o final de abril.

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