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''''Agora o estudante carente tem duas opções''''

Para secretário de Ensino Superior do MEC, impacto do ProUni em vestibular público não é ruim

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Por Renata Cafardo
Atualização:

O secretário de Educação Superior do ministério, Ronaldo Mota, não considera ruim o efeito do ProUni nos vestibulares públicos. "O estudante carente antes tinha apenas uma possibilidade de cursar universidade sem pagar, agora ele tem duas. Pode escolher que exame vai fazer", disse Mota ao Estado. O ProUni distribui atualmente bolsas em mais de mil instituições de ensino superior privadas. Elas oferecem bolsas integrais e parciais em troca de isenção fiscal. Para ingressar em uma delas, o estudante precisa ter estudado o ensino médio em escola pública ou na condição de bolsista integral na rede particular, ter renda familiar de até três salários mínimos e obter nota superior a 45 no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Essa média é obtida a partir dos resultados nas prova de conhecimentos gerais e na redação. Neste ano, a média nacional foi de 51,52 pontos - em 2006 havia sido de 36,90 -, o que aumenta a quantidade de pessoas que podem concorrer à bolsa . Não é preciso fazer vestibular para conseguir a vaga, mas os alunos do ProUni concorrem entre eles, principalmente com a nota do Enem. Algumas instituições com cursos mais disputados podem realizar um processo seletivo adicional para os alunos pré-selecionados pelo Ministério da Educação com base no critério do Enem e da renda. Mota, no entanto, não acredita que a facilidade do ingresso seja o principal motivo para os alunos preferirem o ProUni a uma universidade pública. "Quando ele percebe que não vai pagar nenhuma das duas, ele passa a fazer a seleção por outros critérios", diz o secretário. Segundo ele, muitas vezes a escolha da faculdade é "uma questão de logística". "A faculdade privada fica perto de casa, ele consegue um curso noturno e pode trabalhar", exemplifica. "Claro que também temos de melhorar as escolas públicas de ensino médio, mas o ProUni também ajuda muito essa população", completa Mota. O programa ainda oferece uma bolsa auxílio de R$ 350 para os estudantes que fazem cursos integrais. Além do ProUni, o MEC divulgou nesta semana medidas que facilitam também o acesso ao Financiamento Estudantil (Fies), usado para pagar mensalidade nas universidades privadas. O PROCESSO SELETIVO As inscrições para o processo seletivo do ProUni referentes ao primeiro semestre do próximo ano estarão abertas a partir de segunda-feira. Os interessados têm de preencher as fichas de inscrição pela internet (www.mec.gov.br). No primeiro semestre deste ano, inscreveram-se cerca de 480 mil estudantes para concorrer a 108.642 vagas oferecidas. Dessas, cerca de 65 mil foram integrais. O Estado que mais ofereceu vaga foi São Paulo, com aproximadamente 36 mil bolsas, seguido do Paraná, com cerca de 15,8 mil. De acordo com a coordenadora do ProUni, Paula Mello, o programa atende alunos carentes que têm dificuldade de acesso à educação superior. "O ProUni tem foco na inclusão com qualidade, uma vez que a seleção dos estudantes é baseada nas notas obtidas no Enem", disse Paula, por meio da assessoria de Imprensa do Ministério da Educação. As inscrições serão feitas até as 21 horas do dia 14 de dezembro. A divulgação do resultado está prevista para o dia 19. São pré-selecionados em primeira, segunda ou terceira chamadas os estudantes que obtiverem as melhores notas no Enem. Ao fazer a inscrição, o candidato escolherá até cinco opções de curso em instituições diferentes ou na mesma.

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