Acusado de fraudar fila de transplante é absolvido

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Por Fabiana Cimieri
Atualização:

O médico Joaquim Ribeiro Filho, acusado de operar pacientes fora da ordem da fila de transplantes de fígado, foi absolvido pela juíza Lilea Pires de Medeiros, da 21ª Vara Federal no Rio, na ação civil por improbidade administrativa. Ela considerou que não houve irregularidades porque os órgãos utilizados eram "marginais" - fora das condições ideais de tamanho, peso e quantidade de gordura. Em sua defesa, Ribeiro Filho apresentou declarações de pacientes que estavam nos primeiros lugares na fila e que confirmaram não querer receber o órgão naquela condição. Para o advogado Paulo Freitas Ribeiro, que faz a defesa do médico, sua absolvição tanto na ação civil quanto pelo Conselho Regional de Medicina demonstra que não existem provas contra o profissional. Ribeiro Filho e outros médicos que operavam em sua equipe, no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, foram presos em agosto do ano passado na Operação Fura-Fila da Polícia Federal. Eles foram soltos semanas após a operação e podem exercer normalmente a profissão. A procuradora da República Marina Filgueiras vai entrar com recurso pedindo a anulação da sentença. Ela afirma que, apesar da suspeita de que o fígado não seja marginal, não foi feita perícia para comprovar sua qualidade. A ação, movida desde 2003, trata do caso do transplante de Jaime Ariston, irmão do então secretário estadual de Transportes. Ele foi operado quando era o 32º da fila. Ribeiro Filho responde ainda a ação criminal que julgará a conduta do médico em outros dois casos.

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