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40% das gestantes têm algum tipo de DST

Por Ligia Formenti
Atualização:

Uma pesquisa feita em seis capitais mostra o quanto é preciso ainda reforçar o trabalho de prevenção e diagnóstico de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) no País. O trabalho revelou que pelo menos 40% das gestantes apresentavam algum tipo de DST e que há ainda parcela significativa de pessoas que não praticam sexo seguro - seja com parceiros eventuais ou estáveis -, sobretudo entre jovens. "O estudo mostra que o risco de se infectar por uma DST é maior entre jovens com menos de 20 anos", afirmou o coordenador da unidade de doenças sexualmente transmissíveis do Programa Nacional de DST-Aids, Valdir Pinto. No grupo de gestantes, essa tendência é evidente: 75% das mulheres avaliadas tinham entre 15 e 24 anos. Do total analisado, 9,4% apresentavam clamídia e 40,4%, HPV. Para o coordenador, um dos números que merecem destaque é a alta prevalência de sífilis entre gestantes: 2,6%. Um porcentual bem maior do que o definido pela OMS como preocupante: 1% da grávidas. Esse índice reforça a necessidade de se melhorar o atendimento durante o pré-natal, observa Pinto. A sífilis pode ser tratada durante a gravidez. Quando isso não ocorre, há risco de o bebê nascer com sífilis congênita. "O número de consultas é alto, mas o atendimento apresenta uma série de falhas. Seja na testagem, seja no aconselhamento." Coordenado pelo Programa Nacional de DST-Aids, o estudo avaliou gestantes atendidas em serviços de saúde, trabalhadores de indústrias com até 99 funcionários e pessoas que procuravam centros especializados em doenças sexualmente transmissíveis. Além de verificar a incidência de DSTs, o trabalho procurou avaliar situações que podem indicar maior ou menor risco para se infectar. O coordenador afirma não ter havido grandes diferenças regionais de contaminação ou de comportamento. Outro resultado importante revelado pelo estudo é o alto porcentual de pacientes com mais de uma DST, a chamada co-morbidade. Do grupo que procurou serviços de DSTs, 32,3% apresentaram clamídia e gonorréia ao mesmo tempo. "Muitas vezes, quando um problema é diagnosticado, outro nem mesmo é investigado. A pessoa é tratada apenas de uma infecção." Correção Diferentemente do publicado na reportagem Risco de enfarte cai com controle de batimentos, na pág. A38 da edição de sábado (13/9), a freqüência cardíaca deve ser controlada em 70 batimentos por minuto, e não por segundo.

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