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3 mil docentes tiram zero em prova para temporário em SP

Sindicato dos professores atribui fato a falhas na execução do exame; caso atrasou a volta às aulas

Por Fabio Mazzitelli
Atualização:

Centro da disputa na Justiça que adiou de 11 para 16 de fevereiro a volta às aulas dos 5 milhões de alunos da rede estadual de ensino, a prova dos professores temporários teve cerca de 3 mil docentes que não acertaram uma só questão. O exame foi feito no dia 17 de dezembro. A informação foi obtida pela reportagem com um profissional da educação que tem acesso aos resultados do teste. O sindicato dos professores (Apeoesp), admite que houve um grande número de docentes que constaram como ausentes ou zeraram na prova. Mas a entidade atribui o fato a falhas na organização do teste. Para a Apeoesp, a Secretaria de Estado da Educação teria perdido arquivos do exame. O governo não divulga os resultados do exame e se limitou a informar que é "possível" tirar nota zero no exame, desde que o professor erre as 25 questões. Segundo a pasta, 214 mil professores temporários foram inscritos para a prova e 15 mil não compareceram. Para exemplificar o erro na organização da "provinha", como passou a ser chamado o exame dos temporários, a Apeoesp afirma que todos os professores de uma escola estadual da zona sul da capital zeraram nos testes, o que seria "impossível". O nome do colégio não foi divulgado. Tanto o sindicato como o governo descartam a hipótese de boicote à prova, realizada após acordo entre as partes homologado no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). "Não existe zero ou ausente para o professor que foi para a prova. Era só pôr um x (múltipla escolha). Mesmo no chutômetro, você tira um, mas nunca zero. Houve erros evidentes no processo de execução da prova", afirma a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha. "Após o acordo no TRT, o sindicato assumiu (a prova), organizamos até cursos preparatórios gratuitos." Ontem, a reportagem recebeu por e-mail uma carta assinada por três professores temporários. Eles reclamam do impasse entre o governo e o sindicato e citam que "vários professores constam no site como ausentes (no dia da prova) sendo que os mesmos a realizaram". Os professores dizem que a secretaria não se preocupou em entregar protocolos que comprovassem a participação no exame. O governo diz que quem se sentir lesado pela nota da prova pode recorrer até segunda-feira. A distribuição das aulas para cada professor será na terça-feira.

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