2 alunas, uma delas grávida, são queimadas em trote

Calouras da Fundação Educacional de Santa Fé do Sul tiveram produtos químicos despejados em seus corpos

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Por Tatiana Favaro e CHICO SIQUEIRA
Atualização:

Duas calouras da Fundação Educacional de Santa Fé do Sul (a 623 quilômetros de São Paulo) - uma delas grávida - foram internadas com queimaduras causadas por produtos químicos despejados em seus corpos durante trote na noite de segunda-feira. Ontem, passaram por exame de corpo de delito e prestaram depoimento na Delegacia da Mulher, onde foi aberto inquérito. Conte a sua história de trote e responda enquete sobre o assunto Por causa do ataque, as duas tiveram de ser internadas e medicadas para amenizar dores e sintomas de intoxicação. Grávida de três meses, Priscila Vieira Muniz, de 18 anos, aluna do curso de Análise de Sistemas, deixou o hospital anteontem. Ela teve queimaduras de segundo grau nas duas coxas, nádegas, costas e cotovelo. "Amanhã (hoje) vou fazer uma ressonância para saber se o bebê foi afetado", disse Priscila. Ela contou que foi atacada do lado de fora, quando deixava a faculdade. "Uma moça já tinha me dito que, se não me pegasse lá dentro, iria me pegar do lado de fora. E foi o que aconteceu", diz. Por causa da gravidez, Priscila pediu aos alunos do curso que a deixassem de fora do trote. "Isso aconteceu, mas havia uma menina de outro curso que acabou atacando minha amiga", contou a estudante Bruna Prado. "Fiquei tonta e passei a sentir enjoos e queimaduras nas costas", lembrou Priscila. "Se a faculdade não expulsar essa aluna, vou processar a escola." Outra estudante, Jéssica da Silva Rezende, de 17 anos, aluna de Letras, também foi vítima de trote dentro da faculdade. Depois de ter o corpo banhado de tinta, foi obrigada a participar de uma brincadeira. "Nesse momento alguém jogou o líquido nas minhas costas", contou. Em nota, a assessoria da fundação lamentou o incidente e informou que proibiu trotes tradicionais nos câmpus - mesmo assim, alunos continuaram com a recepção violenta do lado de fora. A fundação informou que vai acompanhar o inquérito para adotar medidas cabíveis. LEME O estudante Bruno César Ferreira, vítima de agressão na segunda-feira durante trote feito por alunos do curso de Medicina Veterinária da Anhanguera Educacional, em Leme, identificou dois suspeitos. O titular do 1º DP de Leme, Fernando Bravo, disse que os suspeitos confirmaram ter assistido parte do trote, mas negaram participação . A Polícia Civil vai ouvir outras testemunhas até o fim da semana.

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