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‘Transformou a minha vida’, diz Elliot Page sobre mastectomia e transsexualidade

O ator revelou que sofreu depressão antes de se assumir um homem trans e contou como foi a cirurgia de retirada dos seios

Por Bárbara Correa
Atualização:
Elliot Page é o primeiro homem trans a ser capa da revista 'Time' Foto: Instagram/ @elliotpage

Após anunciar ser um homem transgênero em dezembro de 2020, Elliot Page falou pela primeira vez sobre sua transexualidade nesta terça-feira, 16. O ator ficou conhecido por protagonizar o filme Juno e a série The Umbrella Academy

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Elliot é a capa da nova edição da revista Time, tornando-se o primeiro homem trans na capa da publicação. Em entrevista, ele revelou que teve depressão por não falar para o mundo quem realmente era e relatou a experiência da mastectomia, cirurgia de retirada dos seios.

Segundo a Time, o artista estava se recuperando da operação, em Toronto, no Canadá, quando se assumiu publicamente. “Isso transformou completamente a minha vida”, disse ele. Elliot explicou que, em grande parte de sua vida, se sentiu desconfortável com o corpo e agora tem essa energia de volta.

O ator também contou que chegou a sofrer depressão, ansiedade e teve ataques de pânico por conta dos figurinos femininos, durante as gravações de X-Men 3: O Confronto Final. “Eu não sabia como explicar às pessoas que, embora [eu fosse] um ator, apenas vestir um corte de camiseta para uma mulher me deixaria tão mal”.

Repercussão

“O que eu esperava era muito apoio e amor e uma enorme quantidade de ódio e transfobia. Isso é essencialmente o que aconteceu”, contou ele sobre como foi a experiência de se revelar publicamente. 

Porém, o que Page não previa é que se tornaria um dos símbolos de representatividade trans mais famosos do mundo. Elliot  não deixou de receber ódio nas redes sociais, mas também teve muito apoio da comunidade e de muitos diretores de elenco, que entraram em contato com seu empresário dizendo que seria uma honra escalá-lo nas próximas produções.

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Objetivos e futuro da carreira

Devido sua influência, Elliot possui um senso de responsabilidade de dar maior visibilidade à comunidade trans. “Pessoas extremamente influentes estão espalhando mitos e uma retórica prejudicial – todos os dias você vê nossa existência ser debatida. Mas as pessoas trans são muito reais”, reforçou. 

“Meu privilégio me permitiu ter recursos para passar e estar onde estou hoje. É claro que quero usar esse privilégio e plataforma para ajudar da maneira que puder”, acrescentou.

Por fim, o artista se mostrou entusiasmado com o futuro de sua carreira. “Estou muito animado para atuar, agora que sou totalmente quem sou, neste corpo. Não importa os desafios e momentos difíceis, nada equivale a sentir como me sinto agora”.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

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