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Salão do Automóvel desafia padrões de beleza com modelos com vitiligo, síndrome de Down e próteses

Iniciativa de inclusão e diversidade foi organizada pela Fiat Chrysler e pela Jeep

Por Caíque Alencar
Atualização:
Modelos da Fiat Chrysler no Salão do Automóvel 2018. Foto: Marcos Camargo / Fiat Chrysler Automobiles / Divulgação

A edição deste ano do Salão do Automóvel, que abriu as portas para o público nesta quinta-feira, 8, no São Paulo Expo, em São Paulo, desafiou os padrões de beleza típicos da exposição e optou por modelos (homens e mulheres) com vitiligo, síndrome de Down e próteses mecânicas para apresentar as novidades automotivas aos visitantes. A iniciativa foi da Fiat Chrysler e da Jeep, que selecionaram os modelos com o objetivo de mostrar a pluralidade e incluir perfis diferentes no segmento automotivo.

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Conforme explica Malu Antônio, gerente de marketing e comunicação da FCA na América Latina, a ideia de colocar pessoas com características diferentes para interagir com o público segue o propósito que o próprio evento sugere: proporcionar novas experiências e fazer os visitantes mudarem a forma como veem o mundo. "A gente é um país tão diverso, com tantas cores. Essa mudança que a gente fez é no sentido de incluir as pessoas que são diferentes", disse.

No primeiro dia do evento, Malu conta que o público estranhou ao ver pessoas que não seguiam os padrões de beleza típicos da exposição, mas com o passar das horas ela notou que a aprovação foi alta entre os visitantes. "Já passou da hora da gente incluir essas pessoas e a resposta [do visitantes] foi muito interessante. Nós precisamos abrir caminho para esse tipo de coisa e representar todos", reforçou a executiva.

A bailarina e modelo Melina Reis, de 34 anos, é uma das selecionadas para trabalhar no stand da FCA. Há três anos ela usa uma prótese que vai até um pouco abaixo do joelho na perna esquerda e considera a iniciativa muito positiva para as pessoas com deficiências físicas. "Isso rompe a barreira do estereótipo perfeito, das mulheres ditas perfeitas. Para mim, representa um grande avanço porque não é uma coisa comum de se ver. Foi uma vitória", comemorou.

Bailarina e modelo Melina Reis, à direita, junto com Akin e Laura. Foto: Marcos Camargo / Fiat Chrysler Automobiles / Divulgação

O reflexo da importância da inclusão pode ser visto quando a condição de Melina foi o diferencial para que ela pudesse ajudar um jovem cego a conhecer um dos veículos expostos. Ela conta que o pai do garoto chegou até ela e pediu que ela guiasse o seu filho para tatear. "Ele falou para mim que confiava em mim porque eu era deficiente e entendia a situação do filho dele. Foi um momento emocionante", afirmou.

A jovem Laura Ribeiro Tasso, de 19 anos, tem síndrome de Down e foi selecionada para atender o público. Foto: Marcos Camargo / Fiat Chrysler Automobiles / Divulgação

'Coisificação' da mulher

A luta contra a cultura de ver as mulheres como objeto também foi outra frente na qual a FCA decidiu atuar, assim como a empresa tem feito nas edições anteriores do Salão do Automóvel. A estratégia utilizada, segundo Malu, foi vestir as modelos com roupas que mostrassem menos os corpos, além de colocar também modelos homens para lidar com o público. "O critério que a gente usa não é só a diversidade. Antes as mulheres eram muito coisificadas e usavam roupas mais sensuais, mais curtas e com decotes enormes. Hoje as mulheres estão mais bem vestidas", explicou.

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Akin Cavalcante, de 36 anos, tem vitiligo e está entre os modelos da Fiat Chrysler. Foto: Marcos Camargo / Fiat Chrysler Automobiles / Divulgação

O Salão do Automóvel é realizado no São Paulo Expo até o dia 17 de novembro, das 13h às 22h, e no dia 18 de novembro, das 11h às 19h. Mais informações aqui.

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