Os bilionários que desafiam a morte

Eles ganharam muito dinheiro e revolucionaram o mundo com suas invenções tecnológicas e científicas; agora, querem comprar a vida eterna

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Por Gabriela Carelli
Atualização:

Não basta ser podre de rico - é preciso ser relevante, excêntrico, visionário. Imprimir, de alguma forma, uma marca indelével no seu tempo. Os verdadeiros magnatas, os reais e os fictícios, sempre foram assim. Pense em Howard Hughes, o jovem herdeiro que transformou a aviação comercial americana no século passado. Ou em Tony Stark, o Homem de Ferro, de Stan Lee, o filho de um industrial bélico que vira super-herói para salvar o mundo de vilões e de infortúnios.

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Virar um desses personagens cheios da grana e audaciosos, capazes de mudar a ordem natural das coisas, é o sonho de nove entre dez endinheirados. Os bilionários da tecnologia, os meninos-prodígio do Vale do Silício e da ciência (alguns já não tão “meninos” assim), não fogem à regra. Mas como ir além das próprias e maravilhosas invenções, como o Google e o PayPal? Descobrir a fórmula da vida eterna pode ser uma alternativa (qualquer coisa menos ambiciosa, nessa altura do campeonato, seria um demérito, um downgrade no currículo).

Pois eles decidiram enfrentar a morte, o inimigo número um do mundo atual, que preza, mais do que tudo, a vida longa e saudável. E estão investindo pesado em instituições e centros de pesquisa para serem imortais. Adam Leith Gollner, autor do imperdível The Book of Immortality: The Science, Belief and Magic Behind Living Forever, ainda sem tradução para o português, elencou quatro bilionários que se destacam na busca pelo elixir da vida high tech. Veja quem são:

 Foto: Ted Conference

Sergey Brin Co-fundador do Google, de 41 anos. Foi dele a ideia de criar a Calico, empresa de biotecnologia do grupo, há dois anos, cujo objetivo principal é entender o processo de envelhecimento para, assim, exterminar as doenças relacionadas à idade. Estima-se que ele já tenha investido 1,5 bilhão de dólares em pesquisas sobre longevidade. Também foi Brin que decidiu chamar o inventor Ray Kurzweil para ser diretor tecnológico do Google. Kurzweil é o pai do Transumanismo, o movimento que busca a imortalidade por meio da fusão homem e máquina.

 Foto: Global Future

Dmitry Itskov Barão da mídia e futurólogo, 33 anos. O bilionário russo, presidente da New Media Stars e inventor por vocação, aposta boa parte da sua fortuna na “imortalidade cibernética”. Em vez de tentar regenerar um corpo combalido pela idade, ele sugere transportar todo o conteúdo do cérebro de um indivíduo para um corpo artificial. Em 2011, ele contratou cientistas de todo o mundo para transformar seu sonho em realidade, num projeto que batizou de Projeto 2045. Ele garante que quem viver mais três décadas, poderá viver para sempre se quiser - desde que faça um download da mente.

Peter Thiel, cofundador do PayPal, foi um dos primeiros grandes investidores do Facebook. Foto: Divulgação

Peter Thiel Criador do PayPal, de 47 anos. Ele já doou mais de 8 milhões de dólares à SENS Foudation, do biólogo inglês Audrey de Grey, que tem como ideia fixa superar a morte. De Grey acredita que a imortalidade será possível graças à medicina regenerativa, que utilizará a tecnologia para “consertar” células antes mesmo que elas envelheçam e repor órgãos e tecidos.Também depositou uma pequena fortuna numa start-up de nanotecnologia voltada para longevidade.

 Foto: Oracle

Larry Ellison CTO da Oracle, de 70 anos. Um dos homens mais ricos do mundo, Ellison já disse em entrevistas que acha a morte algo sem sentido nenhum e que está disposto a enfrentá-la, como fez com os seus concorrentes ao longo da carreira. Foi um dos primeiros investir em pesquisas de ponta sobre longevidade e mortalidade. Criou a Ellison Foundation e distribuiu, em 16 anos, mais de 600 milhões de dólares quem estivesse disposto, como ele, a achar o elixir da vida. Este ano, deu um passo atrás: disse que deixará a garotada do Google gastar o dinheiro por ele.

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