Mãe faz post emocionante sobre a aceitação de seu filho transgênero

'Vi pela primeira vez a essência verdadeira do meu filho', disse a paraense Norma Coeli

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:
Norma e José Bernardo, seu filho. Foto: Reprodução/Facebook

José Bernardo tem 18 anos e escolheu seu nome para homenagear seu avô. Antes, ele era Letícia, conforme sua mãe o registrou quando nasceu. Logo na infância, ela gostava de trocar os vestidos pelas bermudas para brincar na rua.

PUBLICIDADE

Quando adolescente, Letícia contou a mãe que era lésbica e, depois, se assumiu transgênero. A aceitação dos pais, porém, não foi fácil. Essa história foi contada numa publicação emocionante no Facebook por sua mãe, a investigadora de polícia paraense Norma Coeli.

"Na verdade, eu apenas torturei minha 'garotinha' por anos a fio! Sim, torturei. Esse é o termo. Mesmo na inocência da infância, Letícia não entendia o porquê de não poder se vestir como o irmão. 'Ela' pegava as roupas dele escondido e saia para brincar no condomínio, porque era assim que 'ela' se via: igual ao irmão mais velho", escreveu Norma no post.

Norma ainda relata que, na adolescência, quando Letícia se assumiu lésbica, ela sabia que não era só isso, de acordo com seu 'instinto de mãe'. "Gradativamente, 'ela' começou a se libertar dos invólucros estéticos e começou a assumir seu verdadeiro eu: cortou os longos cabelos cacheados, passou a usar roupas de 'menino' e várias outras coisas... E sabem o que aconteceu desde então? Eu vi, pela primeira vez, a essência verdadeira do meu filho!", completou.

Em entrevista a BBC Brasil, a mãe contou que a postagem na rede social foi feita para 'comunicar' aos familiares sobre José Bernardo, e que ficou surpresa com tantos compartilhamentos e visualizações.

"A repercussão foi muito maior do que imaginava. Foi um alívio e um susto. Mas, para além das curtidas e compartilhamentos, o mais importante foi que o post me propiciou ter contato com centenas de pessoas que passam por uma situação semelhante. Há vários Josés Bernardos no Brasil. Infelizmente, nem todos são aceitos como eu aceitei meu filho. Fiquei muito comovida ao receber tantos relatos de homossexuais e transgêneros que me confidenciaram que não têm o apoio da família. Um sofrimento sem fim", comenta.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.