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K-pop da Coreia do Sul sai reforçado da pandemia, com o BTS no topo

O grupo mais conhecido do gênero musical coreano ocupou o tempo do isolamento pela pandemia publicando sucessos, ampliando sua base de fãs e conseguindo lucros recordes

Por Sunghee Hwang
Atualização:
BTS, o grupo mais conhecido de k-pop, volta aos palcos da Coreia do Sul pela primeira vez desde 2019, com todos os ingressos vendidos para três noites seguidas. Foto: MARK RALSTON / AFP

SEUL, COREIA DO SUL - BTS, o grupo mais conhecido do gênero musical coreano k-pop, volta aos palcos da Coreia do Sul, nesta quinta-feira, 10, pela primeira vez desde 2019, com todos os ingressos vendidos para três noites seguidas. 

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A pandemia de covid-19 esvaziou as plateias e fez com que as casas de show ficassem fechadas, porém nem tudo ficou perdido para a música na Coreia do Sul: o grupo BTS ocupou esse tempo publicando sucessos, ampliando sua base de fãs e conseguindo lucros recordes. 

Ainda que muitos integrantes tenham ficado adoecidos pelo coronavírus, o grupo manteve o ritmo de criação enquanto o mundo estava confinado, consolidando sua posição graças às transmissões ao vivo e aos vídeos criados pelos fãs, segundo os analistas. 

"Mesmo que seja raro, creio que a pandemia pôde ajudar o BTS a incrementar sua presença mundial", afirma a professora de k-pop, CedarBough Saeji, da Universidade Nacional de Busan (sudeste da Coreia do Sul).

"Muita gente estava fechada dentro de casa, buscando, desesperadamente, algo novo", acrescenta Saeji à AFP. 

Suas canções entusiasmadas eram o antídoto "perfeito" para a depressão do coronavírus, detalha Saeji. Seus fãs, nascidos na era digital das lives por internet e da comunicação por redes sociais, não tiveram problemas em se adaptar à nova situação com a pandemia.

Porém, antes mesmo da pandemia, BTS já havia construído conexões muito fortes com seus seguidores (que se autointitulam "Army", exército em português) graças às redes sociais. 

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Por exemplo, para responder a sua base global de fãs, seus shows sempre eram transmitidos ao vivo.

E enquanto os ingressos para os shows se afundaram por todo o mundo por causa das medidas de luta contra a pandemia, a indústria musical viu como os lucros aumentaram com as músicas, em boa parte pelo maior número de inscrições nas plataformas de música, segundo o setor musical. 

Desta forma, a empresa promotora do BTS, Hybe, obteve em 2021 uma cifra recorde de 1 bilhão de dólares (quase 6 bilhões de reais). 

Na verdade, seu maior sucesso Dynamite, não existiria sem o coronavírus. "Queríamos transmitir uma mensagem de saúde e reconfortar os nossos fãs", declarou Jin, membro do grupo, à revista Esquire

Durante a pandemia, depois de três membros adoecerem por coronavírus (outros se contaminaram mais tarde), o responsável da Organização Mundial de Saúde (OMS) Tedros Adhanon Ghebreyesus, os escreveu no Twitter para deseja-los uma rápida recuperação e recordar a importância da vacinação. 

Esta mensagem provocou milhões de reações, o que leva alguns especialistas a considerar o BTS (cujos membros estão todos vacinados) como "o vetor mais importante do discurso sanitário" nas redes sociais. 

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