Ed Sheeran critica onda de acusações de plágio após ser inocentado; relembre outros casos recentes

Cantor era acusado de copiar trecho de música do artista Sami Chokri em ‘Shape Of You’

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Por Sabrina Legramandi
Atualização:
Além de Ed Sheeran, a cantora Anitta e a banda Led Zeppelin também saíram vitoriosos em batalhas judiciais que envolveram direitos autorais. Foto: Tom Nicholson/REUTERS, Vincent Rosenblatt e Suzanne Plunkett/REUTERS

Nesta quarta-feira, 6, o cantor britânico Ed Sheeran venceu uma acusação de plágio do sucesso Shape Of You no Supremo Tribunal de Londres.

Ed era acusado de copiar o refrão de uma música do artista Sami Switch, Oh Why. Sami argumentava que o hit infringia "linhas e frases particulares" da canção dele, principalmente no refrão.

O juiz responsável pelo caso, Antony Zacaroli, concluiu que os trechos das duas músicas têm semelhanças, mas também “diferenças significativas”.

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O cantor britânico aproveitou o resultado para criticar uma “onda” de reivindicações de processos por direitos autorais. Em um vídeo postado nas redes sociais nesta quarta-feira, o artista argumentou que os casos estão prejudicando a indústria musical. 

“Sinto que reivindicações como esta são muito comuns agora e se tornou uma cultura onde uma reivindicação é feita com a ideia de que um acordo será mais barato do que levá-los a tribunal”, disse.

Ele ainda comentou sobre o “desgaste” de ser acusado na Justiça. “Eu não sou uma entidade, não sou uma corporação, sou um ser humano, um pai, um marido e um filho”, lembrou.

Recentemente, vários artistas, assim como Ed, vêm enfrentando batalhas judiciais que envolvem direitos autorais. Anitta, Taylor Swift e Led Zeppelin são alguns exemplos de cantores ou bandas de grande sucesso que venceram acusações e provaram que não cometeram plágio.

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Relembre alguns casos:

 

 

Katy Perry – Dark Horse

O caso mais recente de vitória em um recurso de um processo de plágio envolveu a cantora norte-americana Katy Perry.

Ela era acusada pelo rapper cristão Marcus Gray, que utiliza o nome artístico Flame, de ter copiado a canção Joyful Noise no sucesso Dark Horse, parceria da artista com o rapper Juicy J.

Em uma decisão unânime, o 9º Tribunal Federal de Apelações disse que a acusação "traria consequências para a criatividade futura" e inocentou Katy.

À época, o advogado de Flame, Michael A. Kahn, disse estar considerando as opções legais.

 

 

Anitta – Show das Poderosas

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No final do ano passado, a cantora Anitta venceu um processo de direitos autorais após oito anos em batalha judicial. Anitta era acusada de plágio na canção Show das Poderosas pela funkeira MC Bruninha

Segundo Bruninha, o hit seria uma cópia da música Corpo de Mola: Você vai pirar, que não chegou a ser gravada e foi composta pela mãe dela, Jane Lopes de Andrade.

A 16ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio concluiu, à época, que, apesar das semelhanças, não ficou comprovado que a artista sabia da existência da canção.

MC Bruninha, Jane e o empresário André Zander de Frontin Werneck ainda tiveram que pagar R$ 30 mil, acrescidos de juros e correção monetária, a Anitta por danos morais.

Led Zeppelin – Stairway to Heaven

A banda britânica Led Zeppelin também enfrentou uma batalha judicial que envolveu um de seus maiores sucessos, Stairway to Heaven, de 1971.

Em duas decisões tomadas em 2020, o Tribunal de Apelações inocentou o vocalista Robert Plant e o guitarrista Jimmy Page por terem copiado o riff inicial da canção da música Taurus, da banda estadunidense Spirit.

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O grupo britânico havia participado dos shows de abertura do Spirit em uma turnê de 1968, mas o guitarrista argumentou que só havia conhecido a canção na época em que a banda deu início ao processo.

Taylor Swift – Shake It Off

Em 2018, a cantora Taylor Swift foi inocentada da acusação de plágio de uma de suas músicas mais bem-sucedidas, Shake It Off.

Os compositores Sean Hall e Nathan Butler acusaram a artista de copiar a frase "players, they gonna play, and haters, they gonna hate" da cançãoPlayas Gon' Play, escrita por eles para o grupo 3LW.

O processo foi descartado pelo juiz Michael Fitzgerald por “falta de originalidade”. "Para que frases assim curtas sejam protegidas pela Lei de Direitos Autorais, elas precisam ser mais criativas do que a letra em questão", argumentou o juiz.

*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais

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