Ryan Grantham, ator conhecido por ter vivido Jeffery Augustine na série Riverdale e que matou a própria mãe, disse que a mulher não fez nada para merecer o crime.
As informações são da emissora canadense CTV News. O artista compareceu a uma audiência em Vancouver nesta quarta-feira, 15, para ser julgado pelo crime.
Após, ele acendeu velas, pendurou rosários sobre o instrumento que a mulher tocava e fez algumas orações antes de sair de casa com planos para matar mais pessoas, conforme o depoimento do ator ao Supremo Tribunal da Colúmbia Britânica.
"Minha mãe era uma pessoa carinhosa, compassiva e amorosa. Ela não fez nada para merecer o que eu fiz com ela", declarou Grantham durante o julgamento.
Ele ainda pediu desculpas à família pelo crime. "Diante de algo tão horrível, pedir desculpas quase parece inútil. Mas de todas as fibras do meu ser, sinto muito", disse o artista se referindo aos familiares, que estavam sentados na primeira fileira do tribunal e se emocionaram com as falas.
Na sessão, um psicólogo forense contratado pela defesa afirmou que o estado mental de Ryan estava "longe do normal" na época do assassinato e o descreveu como "instável, caótico, ambivalente e frágil".
Chris Johnson, o advogado do ator, disse que um distúrbio depressivo, o uso de cannabis e o isolamento de Grantham contribuíram para o crime.
Segundo a declaração, o artista estava procrastinando os estudos e não atuava desde a participação em Riverdale. Ryan, conforme o advogado, decidiu matar a mãe por não querer que ela percebesse "as suas falhas".
Depois do assassinato, o ator ainda planejava matar o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau. Quando se entregou à polícia, ele disse querer fazer algo que "gerasse impacto".
"Eu estava com pressa e ele era a única pessoa em quem eu poderia pensar, a pessoa mais importante do Canadá", confessou Grantham.
O artista ainda cogitou realizar massacres na Ponte Lions Gate de Vancouver e na Universidade de Simon Fraser, onde estudava, além de se suicidar, mas decidiu ir a uma delegacia confessar o crime.
À corte, ele declarou estar tentando ser "uma pessoa melhor, honesta e boa". O advogado ainda completou dizendo que o cliente é alguém "muito diferente do que era em março de 2020" e que ele agora faz parte de um grupo de apoio masculino.
Ryan foi declarado culpado em segundo grau por assassinato e condenado à prisão perpétua, com inelegibilidade de 10 a 25 anos para liberdade condicional. O juiz responsável pelo caso ainda proferirá a decisão, segundo a CTV News.
*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais