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TDPM: uma TPM grave que pode causar até autolesão

Sintomas intensificados são efeito da alteração da serotonina, um desequilíbrio ligado a questões genéticas

Por Sara Abdo
Atualização:
Entre 2% e 10% das mulheres sofrem TDPM, uma variação mais grave de intensa do período pré-menstrual. Foto: Pixabay

Uma tensão pré-menstural (TPM) piorada, com mais tensão e irritabilidade em casa, na escola e no trabalho, sintomas de depressão e até impulsos de autolesão. Esse é o quadro chamado de TDPM, o transtorno disfórico pré-menstrual. Se você ou alguma mulher da sua família sofre esses sintomas, é melhor agendar uma consulta médica. 

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O TDPM é uma variação turbinada da TPM, e atinge entre 2% e 10% das mulheres. A causa está associada a uma má resposta das células nervosas em relação a serotonina, neurotransmissor responsável pelo humor e regulação do sono. Segundo o psiquiatra Mauro Aranha, presidente do Cremesp, o TDPM é consequência da alteração do funcionamento da serotonina no corpo, o que acaba provocando reações emocionais desproporcionais aos estímulos externos. 

Como diagnosticar? A ginecologista Maria Elisa Noriler explica que, para se enquadrar como TDPM, os sintomas mais graves precisam acontecer entre 2 e 10 dias antes da menstruação, e devem cessar assim que o ciclo menstrual se inicia. "Se durar mais tempo, pode ser um quadro psíquico por si só, não relacionado ao período menstrual". O quadro deve se repetir por pelo menos três meses consecutivos. "Menos que isso é complicado fazer um diagnóstico de TDPM mais preciso", informa Elisa. 

Por que acontece? Ainda não se sabe todas as causas da alteração do funcionamento da serotonina, mas o desequilíbrio pode estar associado a questões genéticas e histórico de depressão familiar. A própria depressão deriva da disfunção da serotonina no sistema. 

O tratamento. É preciso equilibrar o funcionamento da serotonina no corpo. Em alguns casos, parte do equilíbrio pode ter o auxílio da melhora da hidratação, por meio de água e sais minerais, e de uma alimentação que estimule o metabolismo (vitamina B6) e evite a absorção direta de açúcares, na medida em que reduz o consumo de doces e carboidratos industrializados. Recomenda-se atividade física que inclua aeróbica, pelo menos três vezes por semana. 

Parte do equilíbrio do funcionamento da serotonina no corpo pode ser feito pela alimentação rica em vitamina B6, que otimiza o metabolismo. Foto: Pixabay

Já para os quadros mais complicados, Aranha afirma ser indicada a medicação psico-farmacológica. São receitados medicamentos à base de fluoxetina, que otimizam o funcionamento da serotonina no cérebro. 

O período de tratamento dura entre um e dois anos, tempo necessário para a regulação do sistema neurológico e funcionamento da serotonina, na maioria dos casos. Geralmente, são os ginecologistas e psiquiatras que acompanham as pacientes de TDPM. 

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