Peças de navio afundado há 2,6 mil anos são recuperadas na Itália

Até o momento, foram retiradas do mar 22 peças, mas estima-se que há 220 itens no naufrágio

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Por Agência
Atualização:
Vaso de cerâmica grego do século 7 a.C. é um dos itens encontrados em navio que afundou há 2,6 mil anos na Itália. Foto: ANSA

Peças de cerâmica que estavam em um navio que afundou há cerca de 2,6 mil anos no Estreito de Otranto, em uma área marítima entre a Itália e Albânia, foram recuperadas por arqueólogos da Superintendência Nacional para o Patrimônio Cultural Subaquático, anunciou o governo italiano neste sábado, 16.

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Segundo o ministro dos Bens Culturais da Itália, Dario Franceschini, essa é a primeira vez que uma operação desse tipo é realizada em tanta profundidade. Os itens estavam a cerca de 780 metros.

Já a superintendente Barbara Davide classifica a operação como "sensacional", porque ajudará a entender melhor o comércio que ocorria na região da Magna Grécia, como era chamado o sul da península itálica que foi colonizado pelos gregos entre os séculos 8 a.C. e 7 a.C.

Ânforas (espécie de vasos), jarros e uma grande quantidade de taças de cerâmica para vinho que seriam usadas pela elite da época foram encontradas empilhadas e "acondicionadas" dentro de grandes vasos.

De acordo com os pesquisadores, essa "embalagem" tinha a missão de evitar a quebra durante as tensas viagens marítimas. Além disso, dentro de algumas ânforas ainda haviam restos de alimentos e de azeitonas.

Até o momento, foram retiradas do mar 22 peças, mas estima-se que há 220 itens no naufrágio. "Uma grande descoberta que demonstra a necessidade de voltar a investir na arqueologia subaquática", disse ainda Franceschini, anunciando que o Ministério quer iniciar um novo projeto nesse sentido em breve.

Conforme relatou Davide, o navio foi localizado graças ao que chama de "arqueologia preventiva", que faz estudos com base em alta tecnologia de regiões que podem mapear áreas de interesse. A descoberta do naufrágio ocorreu a 22 milhas náuticas da terra (cerca de 41 quilômetros).

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No entanto, a superintendente ressalta que a maior surpresa veio da análise de laboratório, de que as primeiras peças recuperadas eram muitos mais antigas do que se acreditava. "Não pensávamos que entre a Magna Grécia e a pátria-mãe poderia haver um comércio tão organizado já nessa época", pontuou Davide.

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