Nove vezes em que o Congresso brasileiro não foi nada republicano
Tapas, confetes, dança da pizza e coquetel em frente a bombardeio; bem-vindo ao Legislativo no Brasil

Foto: Dida Sampaio/Estadão
A Câmara dos Deputados e o Senado Federal compõem o Congresso brasileiro, ou, em outras palavras, as duas Casas onde as coisas mais bizarras acontecem no País.
Na terça-feira, 29, por exemplo, a Câmara ignorou o luto nacional após a tragédia que envolveu a equipe da Chapecoense e manteve duas votações importantíssimas que boa parte da população não pôde acompanhar.
Além de tudo, o Congresso ainda serviu um coquetel enquanto manifestantes contrários à PEC do Teto de Gastos, uma das propostas que estava em votação, eram bombardeados do outro lado da parede de vidro.
Veja nove vezes em que o Congresso brasileiro agiu de maneira nada republicana:
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Quando a Câmara manteve votação importante no dia da tragédia com avião que transportava ChapecoenseApesar do luto oficial por causa do trágico acidente de avião que envolveu a equipe da Chapecoense e deixou mais de 70 mortos, a Câmara dos Deputados não adiou a votação do pacote de medidas anticorrupção. Além disso, a proposta foi aprovada com diversas alterações que foram amplamente criticadas, inclusive pela força-tarefa da Lava Jato. Os procuradores ameaçam renunciar caso a proposta seja sancionada pelo presidente Michel Temer. A Câmara também manteve a votação da PEC do Teto no mesmo dia.
Foto: Dida Sampaio/Estadão - X
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Quando a Câmara serviu coquetel a convidados enquanto manifestantes eram bombardeadosA votação da PEC do Teto de Gastos, que impõe limite às despesas da União nos próximos 20 anos, gerou protestos na tarde de terça-feira, 30. Além de não adiar a decisão, o Congresso ainda manteve um coquetel de entrega do prêmio Selo de Participação Legislativa enquanto, do lado de fora, rolava um verdadeiro bombardeio aos manifestantes.
Foto: Reprodução - X
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Quando deputados trocaram tapas durante sessão do Conselho de ÉticaOs deputados Zé Geraldo (PT-PA) e Wellington Roberto (PR-PB) trocaram tapas na sessão do Conselho de Ética em dezembro de 2015, quando Wellington disse que a votação no colegiado de um projeto de resolução pedindo a retirada do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do cargo era golpe. Eles precisaram ser apartados por colegas e seguranças da Câmara.
Foto: Reprodução/TV Câmara - X
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Quando Bolsonaro exaltou a ditadura e homenageou torturador durante sessão de votação pelo impeachment de DilmaDurante a votação pelo prosseguimento do processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) exaltou a ditadura militar e a memória do coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos torturadores de Dilma. Ustra foi chefe do Doi-Codi de São Paulo, um dos mais sangrentos centros de tortura do regime militar.
Foto: Reprodução/TV Câmara - X
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Quando o deputado Wladimir Costa estourou confetes na Câmara, mesmo sendo o deputado que mais faltou sem justificativaTambém na votação do impeachment na Câmara, descrita na imprensa estrangeira como um ‘circo’, o deputado Wladimir Costa (SD-PA) estourou um bastão de confetes. Acontece que ele foi o deputado que teve mais faltas sem justificativa em 2015 e, em julho de 2016, teve o mandato cassado por unanimidade pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Pará, por supostamente ter recebido dinheiro "oriundo de fontes não declaradas" para a campanha dele à Câmara em 2014. Ele também teria omitido da Justiça Eleitoral R$ 410.800 de sua declaração de valores recebidos para a campanha.
Foto: Dida Sampaio/Estadão - X
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Quando Bolsonaro insultou Jean Wyllys e Jean Wyllys cuspiu em BolsonaroAinda na votação do impeachment na Câmara (é, esse dia rendeu), o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) cuspiu em Bolsonaro, que teria supostamente o agredido. “Na hora que fui votar esse canalha (Bolsonaro) decidiu me insultar na saída e tentar agarrar meu braço. Ele ou alguém que estivesse perto dele. Quando ouvi o insulto eu devolvi, cuspi na cara dele que é o que ele merece”, disse Wyllys.
Foto: Dida Sampaio/Estadão - X
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Quando a deputada Raquel Muniz elogiou o marido na votação pelo impeachment, ele foi preso no dia seguinteSim, você leu certo: mais um fato do fatídico dia da votação pelo impeachment na Câmara. A deputada Raquel Muniz (PSD-MG) declarou: “Meu voto é pra dizer que o Brasil tem jeito, o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com sua gestão”. Passou vergonha. No dia seguinte, seu marido Ruy Muniz (PSB-MG) foi preso pela Polícia Federal por ser suspeito de atuar no favorecimento de hospitais privados ligados a ele na cidade de Montes Claros, onde era prefeito. Alguns meses depois, Raquel e Ruy muniz foram alvo de outra operação da PF.
Foto: Nilson Bastian/Câmara dos Deputados - X
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Quando a deputada Angela Guadagnin fez a 'dança da pizza'Angela Guadagnin (PT-SP) foi autora de um dos momentos bizarros mais lembrados da política brasileira. Ela protagonizou a famosa ‘dança da pizza’ quando comemorou no plenário da Câmara a não cassação de seu correligionário João Magno (PT-MG), em 2006.
Foto: Beto Barata/AE - X
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