Menino de 11 anos ganha popularidade no México como tatuador

Brandon Burgos sempre gostou de desenhar e seguiu o ofício do pai, que condiciona a atividade a boas notas na escola; cerca de 30 pessoas já foram atendidas pelo garoto

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Por Agência
Atualização:
Brandon Burgos, de 11 anos, tatua uma pessoa no estúdio do pai, na cidade dePuebla, no México. Foto: Juan Carlos Sanchez/AFP

Brandon Burgos tem apenas 11 anos, mas um talento natural e uma mão "bem leve" com a qual já tatuou cerca de 30 pessoas que lhe confiaram a pele para retratar sua arte. Com as mãos vestidas em luvas de látex, o menino traça e preenche formas complicadas no pequeno estúdio do pai dele na cidade de Puebla, no centro do México.

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Ele está no último ano do ensino fundamental e sonha em ser marinheiro. Mas, "se não puder, então um tatuador", disse.

Faz um ano que Burgos teve a primeira oportunidade em uma tela humana: a pele do próprio pai, onde desenhou um crânio. As paredes escuras do estúdio refletem a silhueta jovem do menino, de rosto terno. Em contraste, o foco na pele de um dos clientes dele projeta uma maturidade surpreendente.

A precisão com que desenha um círculo pequeno, poro por poro, é de especialista. Deu forma, assim, a um rosto felino de reminiscências egípcias, e em seguida limpa a pele com cuidado.

Sua voz aguda cantando uma canção da moda o lembra de que é uma criança. "Comecei ajudando meu pai, vendo vídeos e tem um livro que é um curso de tatuagens, comecei a ler, comecei a conseguir mais", conta.

Depois de tatuar o pai, chegaram os tios e amigos. "Agora mais pessoas me pedem para tatuá-las e, claro, elas estão me dando confiança e eu agradeço", afirma. Burgos garante que o nervosismo ficou para trás e ele até recebeu um convite para participar pela primeira vez de uma exposição em Tepito, bairro da Cidade do México.

Brandon Burgos já tatuou cerca de 30 pessoas e ganhou popularidade por ter uma mão 'bem leve'. Foto: Juan Carlos Sanchez/AFP

O pai, José Burgos, tatuador há sete anos, conta orgulhoso que o filho se aproximou espontaneamente do ofício. "Ele vê com seriedade (...), desde os seis anos gostava de desenhar, mas, com a pandemia, ele se envolveu mais. A única condição é que ele me entregue boas notas", disse.

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O pequeno tatuador diz que o incentivo do pai foi definitivo para explorar seu talento e que ele nunca pensou em deixar a escola para trabalhar. Antes de tatuar pessoas, ele praticou em peles de silicone e frutas, recorda José.

"As pessoas pedem muito, têm cerca de 30 tatuagens e todos estão satisfeitos e sem complicações", relata. "Nunca imaginei que meu filho me faria uma tatuagem. Ele tem uma mão boa, muito leve", acrescenta o pai emocionado.

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