Médica 'receita' intelectuais negros para jovem gay que tentou suicídio por não se aceitar

Profissional entendeu que o rapaz, portador de depressão, precisava entender o seu lugar social como homem gay, negro e da periferia para dar um 'próximo passo' no tratamento

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Por Redação
Atualização:
Para a profissional de saúde, rapazprecisava se reconhecer enquanto homem negro por meio de referências da negritude nasáreas literárias e sociológicas. Foto: Instagram / @cantorajuliarocha

A médica Júlia Rocha, de Minas Gerais, atende pacientes da rede pública e recebeu um jovem negro, gay e da periferia que carregava consigo o sentimento de culpa "por não corrigir sua sexualidade".

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O rapaz, de 22 anos, é depressivo e tentou se matar há dois meses, usando os remédios do pai. Ficou internado em estado grave e, com o apoio da família, passa por acompanhamento psicológico e psiquiátrico na rede pública.

Júlia receita medicamentos a ele a cada 15 dias, mas nas últimas consultas resolveu ajudá-lo de uma outra forma. Ela pediu para que ele fosse atrás de textos e vídeos de intelectuais negros, como Conceição Evaristo, Djamila Ribeiro e Juliana Borges. Além disso, ela prescreveu um livro sobre racismo estrutural.

"Ele precisava entender o seu lugar social como um homem gay, negro e periférico. Há horas que só enxergando e conhecendo as estrutura que nos oprimem para conseguirmos dar o próximo passo", escreveu ela no Instagram.

Segundo a médica, a ideia deu certo e o jovem a disse, no último encontro, que está muito melhor, passou a "receita" para outros amigos e começou a namorar, mesmo diante dos obstáculos da depressão.

Veja a história na íntegra.

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