Marinha dos Estados Unidos confirma que vídeos de OVNIs são reais
Kayla Epstein - The Washington Post
19/09/2019, 21:55
A instituição, porém, prefere utilizar o termo 'fenômenos aéreos não identificados'
Imagem retirada de um dos vídeos divulgados pela organização To the Stars Academy of Arts and Science Foto: Reprodução/ YouTube To the Stars Academy of Arts and Science
Em dezembro de 2017, surgiram dois vídeos mostrando pilotos da Marinha dos Estados Unidos encontrando objetos esféricos e misteriosos que pareciam, em um primeiro momento, se mover pelo ar de maneiras que deixaram os especialistas perplexos.
Um terceiro vídeo, lançado em março de 2018, retratou um encontro similar.
Todos que assistiram - incluindo os pilotos que os filmaram - fizeram o mesmo questionamento: o que, exatamente, são essas coisas?
Na última semana, um oficial da marinha chamou os objetos misteriosos de "Fenômenos Aéreos Não Identificados", dando nome aos incompreensíveis pequenos pontos e reacendendo o escrutínio sobre os Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs) (um termo que a marinha não quer usar mesmo que os objetos que estão voando não possam ser identificados).
"A Marinha nomeia os objetos contidos nestes vídeos como fenômenos aéreos não identificados", afirmou Joseph Gradisher, porta-voz do vice-chefe de operações navais ao Black Vault Blog, um repositório civil de documentos governamentais obtidos em sua maioria por solicitações à lei de liberdade de informação.
Gradisher ainda explica que "a terminologia 'Fenômenos Aéreos Não Identificados' é usada porque provê a descrição básica para avistamentos / observações de aeronaves / objetos não autorizados / não identificados que são observadas entrando / operando no espaço aéreo de várias regiões de treinamento de controle militar".
O fundador do blog Black Vault, John Greenewald Jr., contou ao Washington Post que ele acredita que a nota da marinha é significante porque, pela primeira vez, a marinha reconhece a existência de objetos em vídeos gravados e admite que o departamente não consegue identificá-los. Greenewald também afirmou que os vídeos não eram originalmente pretendidos para serem liberados ao público.
Por conta dessa revelação, os comentários de Gradisher ao Black Vault ricochetearam pela internet nesta semana.
"Os mais poderosos militares não sabem o que estes objetos são. Isso não significa que sejam aliens, ou que eles não tenham uma explicação lógica e plausível, mas... estão admitindo que veem coisas no céu e que não podem identificá-las, o que, para mim, é a parte mais maravilhosa disso", afirmou Greenewald.
Em entrevista posterior ao The Washington Post, Gradisher minimizou a significância da nomenclatura, dizendo que "fenômenos aéreos não identificados" não são um termo novo e que a marinha prefere que se torne mais popular que OVNI porque o último vem com um estigma cultural que pode desencorajar pilotos a reportar incidentes pelo medo de serem taxados de excêntricos.
Neste ano, a marinha revisou suas orientações para reportar estes fenômenos aéreos não identificados para encorajar pilotos a sinalizar distúrbios, que vêm ocorrendo com regularidade desde 2014. Gradisher diz que uma explicação possível seria o aumento de sistemas aéreos não tripulados, como quadricópteros, um tipo de drone facilmente disponível ao público.
"Tudo isso é sobre incursões sobre a nossa área de treinamento pelo que chamamos de fenômenos aéreos não identificados", ele diz. "Essas incursões causam uma ameaça à segurança de nossos pilotos e à de nossos operadores, e é por isso que a marinha está investigando estas incursões".
"Esses vídeos que estão por aí... Refletem três relatos de incursões em nossa área de treinamento", que ocorreram em 2004 e 2015, ele diz.
Os três vídeos, intitulados "FLIR1", "Gimbal" e "GoFast", foram inicialmente mostrados pelo The New York Times e uma organização chamada To the Stars Academy of Arts and Science, que "envolve cidadãos globais a investigar a investigar as bordas externas da ciência e o pensamento não-convencional", e foi fundada por um ex-membro da banda Blink 182.
O fundador do Black Vault, Greenewald, não especula se os comentários de Gradisher são prova adicional de vida extraterrestre, dizendo que prefere se ater ao que os documentos que ele obtém via a lei de acesso à informação dizem a ele. Mas o assunto de Fenômenos Aéreos Não Identificados, ou OVNIs, ou seja lá como você os chame, continua a fasciná-lo.
A verdade continua lá fora, e, para Greenewald, não há uma única maneira de encontrá-la. "Nós apenas temos que manter essas questões".
VEJA TAMBÉM: Relembre os principais casos de OVNIs ocorridos no Brasil
Marinha dos Estados Unidos confirma que vídeos de OVNIs são reais
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OVNIs no Brasil
OVNI é uma sigla para 'objeto voador não-identificado', o que costumeiramente chamamos de 'disco voador'; chacota para uns, objeto de estudo e fascínio para outros, o fato é que a possibilidade de vida extraterrestre mexe com o imaginário popular há muito tempo. Muitos consideram o dia 24 de junho como o Dia Mundial do OVNI pelo fato de, neste dia, em 1947, o aviador Kenneth Arnold ter relatado o primeiro avistamente dos objetos de que se tem notícia na história; em homenagem à data, relembramos alguns dos casos mais conhecidos envolvendo OVNIs em território brasileiro; confira a seguir!
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E.T. de Varginha
Em 20 de janeiro de 1996, três jovens mulheres alegaram ter visto uma criatura estranha, de olhos vermelhos, cabeça grande e pele marrom escura, de cócoras no chão na cidade de Varginha, no interior de Minas Gerais. Outras cidades próximas teriam registrado casos de avistamento por volta daquela época. O caso chamou atenção por conta de diversos relatos de moradores da região a respeito de uma forte presença de veículos militares na região na noite, e tomou proporção nacional após a exibição de uma reportagem sobre a história no 'Fantástico' da Globo, semanas depois
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E.T. de Varginha
Nos meses seguintes, diversas outras histórias e relatos vieram à tona; especulava-se que o alienígena teria sido capturado e passado por uma autópsia para ser estudado em Campinas. A mãe de duas das garotas que avistaram a criatura afirmou ter recebido ofertas em dinheiro de homens que não se identificaram para que elas mudassem a versão contada originalmente; diversos boatos e versões surgiram a respeito do fato, que era constantemente negado pelo exército e pelas fontes oficiais do governo
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E.T. de Varginha
Duas décadas após o ocorrido, Ubirajara Rodrigues, um dos ufólogos mais envolvidos a desvendar os acontecimentos da cidade de Varginha, voltou atrás em sua posição e hoje não defende que tenha havido, de fato, um contato extraterrestre na ocasião
Foto: Reprodução de cena de 'Fantástico' (1996) / Globo
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E.T. de Varginha
Em fevereiro de 2017, a revista 'Istoé' divulgou trechos de documentos que trazem a versão oficial dos fatos. De acordo com o exército, as garotas teriam avistado 'Mudinho', um homem com problemas mentais que costumava ficar agachado no chão de forma semelhante à que foi relatada; além disso, sua família morava em frente ao terreno do avistamento naquele período; sobre a presença de veículos militares, a explicação dada foi a de que viaturas da Escola de Sargentos das Armas (ESA) de Três Corações, que estavam realizando manutenção na cidade de Varginha
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E.T. de Varginha
A suposta presença alienígena deixou vestígios na cidade até os dias de hoje, com pontos de ônibus, caixas d'água e até um memorial construídos no formato de naves espaciais, além, é claro, de estátuas em referência ao ilustre visitante, que atraem diversos turistas à região
Foto: Reprodução de cena de telejornal da Rede Mais, afiliada da Record TV em Varginha
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Operação Prato
O ano era 1977 e inúmeras pessoas na região da cidade de Colares, no interior do Pará, afirmaram ter visto objetos luminosos no céu, que inclusive teriam deixado algumas pessoas com queimaduras e outros problemas de saúde. O fato foi nomeado de 'Chupa-chupa' por parte dos moradores do local, por acreditarem que tal objeto voador 'chuparia' o sangue do ser humano
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Operação Prato
O fato ocorrido no Brasil ficou conhecido mundialmente após ter sido retratado em um episódio da série de documentários 'UFO Files', do History Channel
Foto: Reprodução de cena de 'Arquivos Extraterrestres' (2005) / History Channel
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Operação Prato
'Tivemos a oportunidade de filmar objetos pairantes, e dele saindo luzes pequenas. Mas voava numa velocidade, entrava na mata, tirava rasante, coisas fantásticas. A verdade é que eles brincavam conosco', contou Ubiratan Pinon Frias, piloto comercial que participou da operação, em entrevista ao programa 'Linha Direta' em 2005
Foto: Reprodução de cena de 'Linha Direta' (2005) / Globo
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Operação Prato
A operação foi liderada pelo então capitão Uyrangê Bolívar de Hollanda Lima, que duas décadas depois deu uma longa entrevista a respeito dos fatos para a revista 'UFO', relatando que as imagens gravadas durante a operação haviam sido 'escondidas' pela Aeronáutica; poucos meses depois, porém, cometeu suicídio
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Noite dos OVNIs
Em 19 de maio de 1986, cerca de 21 objetos voadores não identificadas foram vistos no céu brasileiro, especialmente na região de Sâo José dos Campos, no interior de São Paulo. Até mesmo o ministro da aeronáutica à época, Moreira Lima, chegou a se pronunciar sobre o assunto em entrevista coletiva
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Noite dos OVNIs
'O que ocorreu foi que os radares detectaram vários objetos não identificados. Toda vez que é detectado algum objeto não identificado, evidentemente há um processo bastante eficiente de verificar se foi alguma aeronave que está voando sem plano de voo aprovado, etc., mas, quando se comprova que é algo diferente, as aeronaves então são acionadas', explicou Lima, afirmando que pilotos da bases no Rio de Janeiro e Anápolis (GO) chegaram a perseguir alguns dos OVNIs
Foto: Reprodução de cena de 'Fantástico' (1986) / Globo
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Noite dos OVNIs
Três décadas depois, em 2016, o programa 'Fantástico' divulgou trechos daquela noite de maio de 1986 gravados pela aeronáutica, gravando diálogos do controlador de voo da torre de São José dos Campos, Sérgio Motta da Silva, onde relatava enxergar objetos semelhantes a 'estrelas' que apareciam no radar, e se movimentavam de forma estranha e com cores estranhas; posteriormente, os áudios indicam um pedido para Sérgio não espalhar o que havia acabado de presenciar: 'Se alguém perguntar, você não informa nada. Você não viu nada e não sabe de nada'; leia mais sobre o caso aqui
Foto: Reprodução de cena de 'Fantástico' (2016) / Globo
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