Homem faz 'experimento' para testar misoginia em ambiente de trabalho

Ao trocarem suas assinaturas de e-mail, Martin e Nicole provaram que mulheres podem ter mais dificuldade para serem respeitadas por clientes

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Por Redação
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Ao trocarem de assinaturas nos emails no trabalho, homem e mulher provaram que o gênero influencia nas relações com clientes. Foto: Pixabay

O americano Martin R. Schneider relatou em seu Twitter um experimento que fez em seu trabalho para provar como mulheres ainda são muito subestimadas em muitas áreas. Schneider é um escritor e editor no Front Row Central, um site de críticas de cinema.

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Ele começa contando que o chefe de Nicole, sua colega de trabalho, sempre reclamava que ela demorava muito tempo para realizar os trabalhos com os clientes. Por isso, Schneider começou a fazer a mesma tarefa, porque ele tinha mais experiência - ao menos ele achava que este era o motivo.

Porém, um dia, ele acidentalmente enviou e-mails para um cliente usando a assinatura de Nicole, e esse cliente foi muito rude com ele. "Então um dia eu estava mandando e-mail para um cliente e ele está apenas sendo IMPOSSÍVEL. Rude, desdenhoso, ignorando minhas perguntas", tuitou. Até que ele percebeu que estava assinando como Nicole.

Ele então passou a mandar e-mails para o mesmo cliente sob a assinatura dele mesmo, e tudo mudou. "Recepção positiva, me agradecendo pelas sugestões, responde prontamente, dizendo 'ótimas questões!'. Tornou-se um cliente modelo", disse ele no Twitter.

"Melhora imediata. Recepção positiva, agradecendo pelas sugestões, responde prontamente, dizendo 'ótimas questões!'"

Após ver a mudança repentina, Schneider e Nicole tiveram uma ideia: iriam mandar e-mails com as assinaturas trocadas por duas semanas. "Eu estava no inferno. Tudo o que eu pedia ou sugeria era questionado. Clientes com os quais eu antes poderia lidar até dormindo foram indulgentes. Um perguntou se eu era solteiro", relatou.

Já para a colega, as coisas melhoraram muito. "Nicole teve a semana mais produtiva de sua carreira. Eu percebi que a razão pela qual ela demorava mais é porque ela tinha que convencer os clientes de respeitá-la", explicou o editor.

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"Eu não era melhor que ela no trabalho, eu apenas tinha essa vantagem invisível"

O editor então mostrou isso ao chefe, que não acreditou. "Eu disse que tudo bem, mas eu nunca mais iria questionar a agilidade dela com clientes novamente". Enquanto Schneider ficou surpreso, Nicole já sabia disso o tempo todo, mas apenas lidava com isso como parte do trabalho.

Além disso, em conversas com seus seguidores, ainda ressaltou que nomes que são mais comuns em pessoas negras nos Estados Unidos, como TaNeisha ou Yolanda, causam ainda mais dificuldade em lidar com clientes.

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