Wallace Sinhorelli, 44, é um jardineiro cuja história ganhou as redes sociais no fim de semana. Na última quinta-feira, no horário de almoço, ele bateu à porta de algumas casas no bairro Vila Formosa, região sudeste de São Paulo, para oferecer seus serviços de jardinagem.
Uma das casas era a do nutricionista Gustavo Cirilo, de 22 anos. "Ele bateu na campainha de casa perguntando se a gente não queria cortar as plantas. A gente nem ia fazer, mas perguntamos o valor, que era irrisório. Mas desde que me conheço por gente, nunca vi ninguém batendo na porta para oferecer serviço. Isso chamou a atenção", diz o rapaz em entrevista ao E+.
"Saímos para a rua e ele tinha todas as ferramentas que precisava. Foi cortando direitinho, do jeito que pedimos, e limpou a sujeira", conta o jovem. Em seguida, Gustavo perguntou se Wallace gostaria de ter o trabalho divulgado. Com a confirmação, o estudante de nutrição foi para casa, imprimiu o papel com os contatos de Wallace e divulgou em seu Facebook.
"Resolvi compartilhar porque, compartilhando com o pessoal do bairro, facilitaria ele conseguir trabalho", acrescenta Gustavo.
Em entrevista ao E+, Wallace contou que, no final de 2016, perdeu a casa num incêndio na Penha, local em que morava com a filha de 9 anos e a mãe, de 96 anos. Depois do incidente, o jardineiro passou a morar com um amigo. "Consegui um lugar na casa de um colega, um amigo de 20 anos que pôde me ajudar, que tem um coração grande", disse. Hoje, Wallace mora com o amigo e um inquilino, enquanto sua mãe e sua filha mudaram para Vila Matilde por conta da escola da criança.
Há nove anos, Wallace fez um curso de paisagismo e decoração no SENAI que lhe custou R$420. Para pagar o curso, ele puxou uma carroça pela cidade carregando papelão, latinhas, ferro e metal durante um ano.
Hoje, o jardineiro anda por toda a cidade batendo nas portas e oferecendo seu serviço. "Minha renda vem da jardinagem, ando bastante, bato nas casas, vejo os jardins que dá pra fazer e cobro um preço bem barato para as pessoas conseguirem pagar", completa.
Veja o relato de Gustavo, publicado em seu Facebook:
* Estagiária, sob a supervisão de Charlise Morais