Coletivo Feminista Helen Keller lança guia para mulheres com deficiência no Brasil

Objetivo é passar informações sobre direitos e oferecer um lugar de fala para esta população

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Por Camila Tuchlinski
Atualização:
Guia com direitos e manifesto pretendem informar direitos das mulheres com deficiência no Brasil Foto: Divulgação

Como alcançar mulheres com deficiência que, muitas vezes, não encontram sua luta representada? Como dizer para elas que não estão sozinhas na busca por informação e qualidade de vida? Essas são algumas das propostas trazidas pelo Coletivo Feminista Helen Keller no guia especial para mulheres com deficiência no Brasil, lançado nesta segunda-feira, 25. Intitulado Mulheres com Deficiência: Garantia de Direitos para Exercício da Cidadania, o documento também faz articulação e ação política para o exercício da própria cidadania. O movimento faz parte da ação “Ampliar a relevância, o reconhecimento e o impacto da atuação das OSCs no Brasil”, parceria da ABONG, CAMP, CESE e CFEMEA, iniciativa apoiada pela União Europeia. O guia traz o resgate histórico sobre o movimento de pessoas com deficiência, modelos da deficiência e as contribuições ao e do movimento feminista. Além disso, aborda temas como saúde, direitos sexuais e reprodutivos, educação sexual emancipatória, educação, trabalho, violência e acesso à justiça, todos escritos por mulheres com deficiência. Para acessar o guia Mulheres com Deficiência: Garantia de Direitos para Exercício da Cidadania, basta clicar no link. Junto com o guia, o coletivo lançou um manifesto; veja aqui.  

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O conteúdo também conta com militantes e pesquisadoras que são referência na luta das pessoas com deficiência, como Anahí Guedes de Mello, ativista surda e lésbica, antropóloga, doutora em antropologia social, pesquisadora associada da Anis – Instituto de Bioética, coordenadora do Comitê Deficiência e Acessibilidade da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e integrante do Grupo de Trabalho Estudios críticos en discapacidad do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (CLACSO) e Izabel de Loureiro Maior, professora assistente aposentada da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestre em Medicina Física e Reabilitação pela UFRJ, integrante do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Rio, ex-secretária nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Convidadas sem deficiências, mas igualmente parceiras das causas de igualdade em outros movimentos também estão na produção do guia. O conteúdo por elas produzido pode ser lido no último capítulo. O objetivo foi permitir que elas também apresentassem suas lutas e pensassem sobre os aspectos que as aproximam em busca da construção de pontes entre diferentes movimentos feministas. Elas são representantes de entidades como a Rede Lai Lai Apejo, Articulação de organizações de Mulheres Negras Brasileiras, Liga Brasileira de Lésbicas, Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas e ANPS - Articulação Nacional de Profissionais do Sexo.

O que é o Coletivo Feminista Helen Keller

O Coletivo Feminista Helen Keller é um movimento de mulheres com deficiência que pauta a intersecção entre gênero e deficiência na construção de uma agenda política. O objetivo é aprofundar esse conhecimento e relacioná-lo com os demais movimentos feministas para facilitar o acesso à cidadania, que é atravessada pela desigualdade de classe, misoginia, sexismo, racismo e LGBTfobia. O coletivo foi criado em setembro de 2018 e conta com mais de 40 integrantes distribuídas por todo o Brasil. O grupo atua nas redes sociais como Facebook, Instagram, possui um blog, na participação em eventos, no controle social, na execução de projetos e na constante busca pelo diálogo com o Movimento Feminista, de Pessoas com Deficiência, Mulheres e Direitos Humanos.

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