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Cinco anos após campanha de doação de medula óssea, ex-pacientes mostram vitória contra a leucemia

Em 2012, esses mesmos pacientes fizeram um vídeo pedindo doações de medula óssea; agora agradecem pela ajuda

Por Hyndara Freitas
Atualização:
Paciente e voluntários se divertiram na gravação do segundo vídeo de 'Stronger'. Foto: Monica Neves/Assessoria de Imprensa do Hospital Nossa Senhora das Graças

Em 2012, o Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, no Paraná, fez um vídeo ao som da música Stronger, de Kelly Clarkson, para pedir doação de medula óssea para pacientes com leucemia. Cinco anos depois, sete ex-pacientes que participaram desse vídeo gravaram um novo clipe, com a mesma música, mostrando sua superação.

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O vídeo mostra Kauanny, Gabrielly, Ana Júlia, Angelita, Daniel, Matheus e Noah no primeiro vídeo e agora, todos curados. Eles cantam alguns trechos da música, como 'What doesn't kill youmakes you stronger' (o que não te mata te faz mais forte). Além disso, voluntários e funcionários do hospital também participam do clipe, gravado no local.

"Quando gravamos o Stronger 1, ao passar pelos corredores, só escutávamos a música Strongeracompanhada de muita alegria, mudando a rotina da unidade. Vê-los hoje, vivenciando as mesmas cenas, mas muito mais felizes, leves e com saúde é emocionante e inexplicável", diz a enfermeiraAndreia Colombo, que participou das duas versões do vídeo.

Angelita Alves, que aparece no minuto 1:04 do vídeo, contou ao E+ como foi a experiência de fazer o vídeo novamente após a cura: "Foi maravilhoso, porque foi uma vitória mesmo. E encontrar todo mundo bem foi melhor ainda, esse tipo de coisa revigora tudo, você esquece todos os problemas. Foi muito maravilhoso".

Ela acredita que ambos os vídeos chamam a atenção para a necessidade da doação de medula óssea e ainda mostra um outro lado da doença. "Chama a atenção para o fato de que a leucemia tem cura. O próprio câncer tem um estigma de fim quando você recebe a notícia, eu mesma não tinha informação. Mas quando você vive é outra perspectiva. O vídeo tem um alcance gigante, pelo Whatsapp, pelo Facebook, então tem muita gente visualizando e também tem o apoio emocional, já que as pessoas que aparecem no vídeo passaram por um grande problema e conseguiram superar. Com isso, muitas pessoas vêm me perguntar como funciona [para doar], descobrem como é fácil", acredita.

Cinco anos depois, ex-pacientes mostram a felicidade por terem vencido a leucemia. Foto: Stacy Barbosa/Hospital Nossa Senhora das Graças

Após a divulgação do primeiro vídeo, em outubro de 2012, as doações de medula óssea aumentaram 150% dos hemocentros de Curitiba. Angelita acredita que o que falta é informação. "É tão simples, mas as pessoas não sabem. Quem doa está protegendo todo mundo, não só a mim e a quem tem a doença, mas aos familiares, amigos e até a si mesmo, porque a gente não sabe o dia de amanhã. Então, quanto mais tipos de sangue nos bancos de sangue, mais vidas poderão ser salvas", comenta.

Para doar medula óssea, é necessário ter entre 18 e 55 anos. O doador deve ir até um local de coleta de sangue, preencher um formulário e colher uma amostra de sangue de 5 a 10 mililitros. O sangue será analisado e vai determinar as características genéticas, informações necessárias para verificar a compatibilidade entre doador e paciente. Esses dados são cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME), e, em caso de compatibilidade com algum paciente, o doador será chamado. A chance de encontrar uma medula compatível, porém, é, em média, de uma em cem mil.

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Kauanny Falavinha, de 16 anos, é outra ex-paciente que participa do vídeo. "Quero mostrar que a cura é possível e que a vida pode voltar ao normal com muita alegria. Esse novo vídeo, com toda certeza, irá mostrar isso", declara.

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