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Chá revelação de pais 'rivais' vira disputa entre Botafogo e Fluminense

Casal inovou o conceito do evento e substituiu o tradicional azul e rosa, usado para representar os gêneros do bebê, pelos times favoritos

Por Guilherme Bianchini
Atualização:
Chá revelação Botafogo x Fluminense Foto: Arquivo pessoal

No chá revelação do primeiro filho de Gabriela Alvim, torcedora do Botafogo, e Nikolas Bessa, tricolor de coração, os tradicionais azul e rosa para descobrir se o bebê é menino ou menina deram lugar ao alvinegro e ao verde, branco e grená, para divulgar algo ainda mais importante que o sexo da criança: o time pelo qual ela 'torcerá', Botafogo ou Fluminense.

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Juntos há quase nove anos, os dois já haviam feito um acordo desde o início do namoro, para evitar que o assunto virasse polêmica familiar. Caso fosse menina, se chamaria Bella e torceria para o time da mãe; se viesse um menino, seria Lucca e vestiria a camisa do time do pai. 

As duas torcidas presentes no evento do último domingo, 3, no Rio de Janeiro, eram compostas por amigos e familiares dos pais, devidamente uniformizados. Todos acompanharam o anúncio como se estivessem assistindo a uma disputa de pênaltis decisiva no Maracanã.

Melhor para Gabriela, a Bibi, que ganhou o direito de montar o enxoval de Bella com as cores de seu time e de levá-la ao estádio para torcer junto. “Eu sempre quis menina. E aí, desde quando descobrimos a gravidez, canto o hino do Botafogo para a barriga. Meus amigos ficaram bem nervosos, torcendo muito para que fosse menina também. Toda vez que o Botafogo fazia gol, comemoravam no estádio dando beijo na minha barriga”, conta a mãe.

Derrotado no clássico, Nikolas não segurou o choro na hora da revelação. O pai admitiu ter sentido um misto de alegria e de tristeza no momento decisivo, mas garantiu respeitar o compromisso firmado com a namorada.

“Sempre foi meu sonho ter um filho ou uma filha que torcesse para o Fluminense, e poder levar ao estádio com meu pai. Mas agora tenho que respeitar. Quero muito que ela seja apaixonada por futebol como somos, e que a Bibi leve ela ao estádio. Faço questão de ir junto, mas vou torcer contra, obviamente”, brinca o pai.

A torcida do Fluminense presente reagiu com espírito esportivo. Logo após o anúncio, partiu dos tricolores o canto de “Olê olê olê olá, Bella, Bella”. Um dos amigos de Nikolas, Filipe Capuano, fez piada com o resultado do confronto. “Vamos acionar o STJD [Superior Tribunal de Justiça Desportiva]”. Capuano, inclusive, levou a brincadeira a sério desde o início: preparou um traje com paletó grená, calça verde e cartola, símbolo do clube das Laranjeiras. 

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Avô paterno de Bella, Nestor Bessa foi outro a contemporizar a definição. “Ganhamos o que importava”, disse, em referência à recente vitória do Fluminense sobre o Botafogo no Campeonato Brasileiro.

Embora o evento representasse a rivalidade mais antiga do futebol brasileiro, um elemento serviu de elo: a aversão ao Flamengo. No mesmo alambrado em que as bandeiras de Botafogo e Fluminense estavam penduradas, havia uma camisa do River Plate, que será adversário do rubro-negro na final da Copa Libertadores, em 23 de novembro. Matheus Cardoso, do lado tricolor, comentou: “O importante é que a criança não seja Flamengo”.

Entenda o chá

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A escolhida para preparar os balões da revelação foi Patricia Mozart, amiga de Bibi, por ser “uma pessoa fria, organizada e que não deixaria ninguém saber”. Além disso, não torcia para nenhum dos dois times, condição que a colocava como uma figura imparcial na disputa. “Confesso que minha intenção era descobrir na hora com todo mundo. Mas como eu tinha entendido a ideia direitinho desde o início, a Bibi falou que confiava em mim para fazer dar certo, e aceitei a missão”, disse a eleita. 

Mesmo assim, Patricia só ficou sabendo do resultado horas antes do anúncio, quando começou a cumprir sua função. O envelope do ultrassom definitivo ficou escondido no quarto da mãe até o dia do evento - e só a médica sabia o sexo do bebê. Na véspera da festa, os responsáveis pela organização preencheram três balões com papéis picados pretos e brancos e outros três com papéis verdes e grenás.

No momento em que os convidados já estavam aflitos pelo anúncio, no domingo, Patricia ficou responsável por abrir o envelope, encher os três balões do time vencedor e apenas dois do perdedor. Assim a 'disputa' foi decidida em um "melhor de cinco", o time que fosse 'presenteado' com mais balões com suas cores foi o vencedor.

A tensão aumentava a cada estouro. No primeiro, Botafogo. “Vamos virar, Nense”, ecoaram os tricolores. E viraram, ficando a apenas um balão da vitória, mas uma nova reviravolta fez os alvinegros explodirem de alegria: “Eu já sabia”, cantaram.

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A emoção do casal e da família deu o que falar. Bella, mesmo antes de nascer, conseguiu unir torcedores, lágrimas e mais de 273,8 mil pessoas que até a tarde desta quarta-feira, 6, visualizaram o vídeo do chá revelação.

Outra inovação na revelação

Fenômeno nas redes sociais em 2019, o chá revelação abre cada vez mais espaço para a criatividade. E o evento não se limita a divulgar apenas informações sobre bebês. Nesta semana, a atriz cearense Duda Riedel, de 24 anos, viralizou por um motivo nobre. 

Diagnosticada em maio com leucemia mieloide aguda, ela encontrou um doador de medula com 100% de compatibilidade. Assim que soube da novidade, pediu ao médico que não revelasse a identidade da pessoa, para poder organizar a festa. As possibilidades eram as duas irmãs, Sarah e Natália, e um doador anônimo de banco. Os papéis picados vermelhos do estouro do balão indicaram que a medula viria do banco.

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