Um parto que ocorreu na cidade de Santos, em São Paulo, no dia 22 de fevereiro chamou atenção por um acontecimento raro. O bebê, chamado Lucas, nasceu dentro de uma bolsa amniótica, caracterizando o chamado parto empelicado.
O parto foi realizado pelo médico obstetra do Hospital Ana Costa, Guilherme Pereira Martins, e sua equipe, responsáveis por trazer ao mundo o pequeno Lucas, terceiro filho de Janaína Fernandes Costa, de 34 anos.
O médico conta que o parto empelicado ocorre quando há "a saída do feto com a bolsa amniótica". "Mas ele não traz nenhum risco para o bebê, na verdade acaba sendo um fator de proteção”, explica.
Ele comenta que a bolsa amniótica atua para proteger o bebê durante a gravidez, contendo um líquido que também mantém a temperatura do ambiente estável e permite trocas de substâncias com a mãe.
É importante ressaltar que esse tipo de parto é considerado bastante raro quando ocorre o parto normal, com uma incidência de cerca de um a cada 80 mil nascimentos. Já no parto por cesariana, ele é menos raro. “Depende do cirurgião que está fazendo”, explica o médico.
Esse foi o terceiro parto empelicado que Guilherme realizou na carreira, mas os outros dois foram realizados para prevenir uma transmissão vertical, ou seja, a transmissão de doenças por parte da mãe para o filho, que pode ocorrer durante o nascimento. No caso de Lucas e Janaína, não havia risco de transmissão, mas como a bolsa apareceu intacta, a equipe optou por realizar o parto empelicado, em que a bolsa é aberta após a saída do feto.
Janaína, mãe do bebê, optou por realizar uma cesariana após dois partos normais. “Me surpreendeu e emocionou. Na hora eu não vi nada, só ouvi a movimentação dos médicos e enfermeiras eufóricos e felizes, vindo tirar fotos. Eu não estava entendendo nada que estava acontecendo, mas aí depois o meu médico e o residente vieram me explicar o que havia acontecido, que havia sido um parto muito emocionante”, comenta ela.
“Aí quando eu vi o vídeo, aí que eu desabei de chorar, porque eu vi que era a coisa mais linda, mais emocionante mesmo. Mas eu não esperava [o parto empelicado], foi um presente de Deus para mim, duplamente: meu bebê e a forma como ele veio”, conclui ela.
*Estagiário sob supervisão de Charlise Morais