Uma casa nas alturas

Situada no topo de um edifício na Consolação, projeto contou com a participação de seus moradores

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Por Roberta Cardoso
Atualização:
Projeto foi criado a partirdas indicações precisas deseu casal de moradores Foto: Manuel Sá

De fato, aquela

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cobertura

de 120 m² que chegou às arquitetas Marina Mello e Victoria Lang, sócias do Studio MV, prometia: além da localização privilegiada no bairro da Consolação, a vista para o Parque Augusta de cara instigou a imaginação da dupla. “A gente não poderia ignorar que estávamos no topo do edifício. A planta era muito compartimentada, o que deixava o apartamento pouco articulado e fechado para dentro. De cara veio a ideia de ampliar as

áreas internas

com a ajuda das externas e, assim, de certa forma, emoldurar a paisagem, criando diferentes pontos de vista dos ambientes”, conta Marina.

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No mais, a ideia era dar tempo ao tempo. Criar condições para que os proprietários se sentissem bem instalados, deixando que o clima de ‘casa’, se instalasse pouco a pouco, naturalmente. E para tanto, ouvir atentamente as indicações dos moradores foi fundamental. “Eles queriam uma cozinha ampliada e uma varanda multiuso. Além disso, tinham tamanha predileção por certas cores, que não abriam mão de algumas, como o roxo que aparece na cozinha e no quarto do casal, ou o azul que se faz presente em várias situações a ponto de se tornar um elemento de integração dos ambientes”, explica Victoria.

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Na sala de estar, por exemplo, a cor aparece em diferentes pontos até encontrar a parede de cobogó criada a partir da conversão de um dos quartos em escritório. “O apartamento tinha três quartos. Um deles usamos para fazer o home office. Para isso, tiramos a parede que o separava da sala. Só com isso, já criamos uma área mais aberta e livre”, diz Marina, que contou com o pleno aval dos gatos do casal, que hoje contam com uma parede vazada para brincar. Aliás, os bichanos também foram lembrados durante a concepção do projeto de interiores. O piso de porcelanato foi instalado em todas as áreas, menos nos quartos e varandas, dada suas resistência e facilidade de manutenção. 

A varanda foi, porém, o ambiente que mais gerou expectativas no casal de proprietários, que pretendiam vê-la convertida em um ambiente multiuso, sem perder a essência de uma área externa. “Ela foi pensada para acomodar uma sala de jantar, uma outra área de estar e a lavanderia, já que a cozinha, que a abrigava, precisou ser ampliada. Por isso, a bancada de apoio que serve à área foi equipada com uma pia com tanque para não prejudicar o visual da sala de jantar”, explica Victoria. O toque final ficou por conta dos ladrilhos hidráulicos que foram aplicados dentro de uma composição pouco convencional para que eles se tornassem um elemento de destaque na sala. 

Materiais com aparência mais rústica, como o concreto e a madeira, utilizados em diferentes espaços, também foram sugestões dos proprietários que, muito preocupados com a questão da sustentabilidade, optaram por instalar nas varandas um tipo de piso ecológico, feito a partir de plástico reciclado, que simula a madeira. O mesmo se passou com o couro sintético presente em alguns dos móveis. “Esse projeto foi construído com os moradores. Eles queriam sentir os ambientes, nosso trabalho foi traduzir sensações. Desejos que eles pressentiam mas não sabiam como dar forma”, conta Marina, que lembra ainda que no meio do caminho todos foram surpreendidos com a gravidez da moradora. “Foi a notícia do bebê que nos norteou para criar o quartinho”, finaliza.

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