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Um mergulho na paisagem

Carioca gosta de mar, mas também de piscina - e muito. Lá, arquitetos tiram proveito da paisagem em projetos arrojados

Por Susy Dissat
Atualização:

Com tanta praia à disposição, será que os cariocas fazem questão de piscina? Pois é, fazem sim. Muitos, aliás, preferem passar o verão mergulhados nessa água fresca. E piscina com vista - e que vista! - é o que os arquitetos hoje mais são chamados para projetar no Rio de Janeiro. Roseli Müller teve pouco trabalho para definir o espaço da piscina da cobertura de um casal sem filhos. A vista da Lagoa foi determinante para a aquisição do imóvel, cinco anos atrás. No ato da compra, a laje também foi incluída, o que, para o casal, era fundamental para desfrutar ainda mais do ar livre e da paisagem. "O apartamento é na Gávea e, lá do alto, dá para ver o bairro, a Lagoa e um pouco da praia", diz a arquiteta. A piscina, de 2,00 m x 2,50 m, fica num plano mais alto que o terraço, protegida por um guarda-corpo de alumínio anodizado bronze e vidro temperado (ambos da Inafer, preço sob consulta). A área de lazer não tem paisagismo. "Tudo para não atrapalhar o horizonte", revela Roseli, que usou na borda da piscina cerâmica da linha Primavera Royal (15 cm x 15 cm, da Portinari, por R$ 39,05 o m², na Argile Materiais de Construção). A arquiteta ressalta a importância de fazer cálculos estruturais quando se pensa em instalar uma piscina em prédios antigos, como nesse, de 30 anos, para saber se a carga a ser suportada é viável. Além disso, seja em edifício, seja em casa, a impermeabilização merece atenção para evitar infiltrações - e dores de cabeça. No caso de um projeto residencial no bairro de São Conrado, o arquiteto Chicô Gouvêa tirou partido da vista da Pedra da Gávea, que emoldura a área externa da casa, e apostou no paisagismo tropical desenvolvido pelo escritório de Burle Marx . "Integramos um espelho d?água, como se fosse a continuação da piscina", diz Chicô. Revestida de pastilhas de vidro azul anil (com 3 cm x 3 cm, R$ 387,20 o m², na PN Representações), a piscina tem placas de cimentado na borda (50 cm x 50 cm, da Solarium, da linha Classic, por R$ 72,71 o m² sem o frete, na Étage). "A iluminação interna é projeto de Maneco Quinderé, um especialista desse setor, aqui no Rio", afirma Chicô. Para nadar Na casa que se transformou em ponto de referência no Joá - que tem arquitetura que se debruça sobre o penhasco e paredes pintadas de grená -, os proprietários queriam uma piscina para nadar. Por essa razão, o arquiteto Sergio Serzelo Machado criou uma raia, de 25 m x 2 m, misturando pastilhas de vidro azul claro e escuro (com 2 cm x 2 cm, da Colormix, a partir de R$ 42,80 o m², na Brasil-Europa) e pedra São Tomé nas bordas e na escada, por ser mais agradável para sentar. Com 1,60 m de profundidade e deck de madeira, a piscina comporta dois nadadores por vez. Mas o que chama a atenção é a localização: na ponta do terreno, o que proporciona a sensação, para quem mergulha, de estar dentro do mar. "A água transborda, cai numa calha e retorna já filtrada. Entre a calha e o muro há uma rede de proteção, que fica escondida", detalha Sergio. As cadeiras coloridas, de produção artesanal, seguem o modelo das americanas Adirondack. A decoração com móveis da Indonésia leva a assinatura da moradora. E, já que o destaque é a vista, a da casa do arquiteto Ricardo Campos - situada em um condomínio do bairro de Charitas, em Niterói - merece atenção especial. Construída em forma de asa-delta sobre uma pedra, ela se abre para a paisagem da Baía de Guanabara e se funde ao mar, à semelhança do projeto de Sergio Machado. A piscina pode ser entendida como uma escultura, revestida exteriormente de policarbonato com borda de aço e disposta sobre um pilar de concreto, que também sustenta o deck de ipê tabaco (R$ 7,91 o metro linear, na Fimat). Internamente, Ricardo usou dois tons de vidro e, na borda, mármore branco extra apicoado (R$ 790 o m², da Marmoraria Ouro Mel). No início, o projeto original causou apreensão entre os vizinhos, sobretudo por estar fincado sobre as pedras do terreno. "Tive de chamar o Departamento de Geotécnica para comprovar que os cálculos estavam certos e não havia perigo algum de desmoronar", conta Ricardo.

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