PUBLICIDADE

Tudo junto, o tempo todo

Integração dos espaços domésticos ganha destaque nos 70 ambientes apresentados na Casa Cor

Por Marcelo Lima
Atualização:
Um banco multifuncional de concreto, feito sob medida, contorna o Estúdio Jabuticaba, loft de 43 metros quadrados, assinado por Nildo José. Ao longo do espaço, ele faz as vezes de chapelaria, aparador, prateleira, apoio da lenha da lareira e assento, de fato. A jabuticabeira suspensa foi plantada com a técnica japonesa kokedama pela florista Aline Matsumoto Foto: Zeca Wittner/Estadão

Imagine uma casa em que a área de estar apareça integrada diretamente à sala de banho. Um quarto no qual cama e bancada de trabalho surjam em solução de total continuidade. Ou ainda uma cozinha altamente personalizada que apareça ladeada por duas generosas poltronas, prontas para acomodar os amigos durante a preparação das especialidades do dono da casa.  Pense, enfim, em uma casa na qual cada ambiente, mais do que se ater a uma função específica, sirva a várias. E que se proponha, antes de mais nada, a promover a convivência entre moradores e convidados. Tome então a direção do Jockey Club paulistano e prepare-se para conferir tudo isso ao vivo, em 70 espaços que falam de perto a essa forma integrada e interativa de decorar a casa.  Celebrando sua 30ª edição, a Casa Cor São Paulo está de portas abertas até 10 de julho, para provar que a forma como um ambiente é utilizado hoje não depende mais, necessariamente, do que ele contém. Sobretudo em uma época em que não é preciso mais do que um celular para transformar uma sala, um quarto ou uma cozinha em um posto de trabalho. 

PUBLICIDADE

Siga o Casa no Instagram e use a hashtag #casaestadao

“O móvel síntese do meu estúdio é esse banco de concreto, que percorre todo o perímetro do ambiente, assumindo diferentes funções ao longo do caminho. Logo na entrada, ele serve de chapelaria, depois se transforma em bar e, finalmente, em móvel de apoio para acomodar as toalhas ao lado da banheira”, explica o arquiteto Nildo José, estreante no evento, que assina o Estúdio Jabuticaba.  Uma proposta marcadamente funcional, com apenas 44 m², na qual convivem, em perfeita harmonia – e em um mesmo espaço – uma área de estar, um dormitório e uma sala de banho. Tal como acontece com muitos projetos em exposição na Casa Cor. “Não há um limite exato de pessoas que podem ocupar esse espaço. Em uma boa festa, sempre cabe mais um”, brinca o arquiteto, fazendo referência ao aniversário de três décadas da Casa Cor. Data que não passa despercebida por muitos dos participantes do evento. Seja por meio de ambientes arejados e repletos de luz, como a Unidade Shoji 04, de Paola Yamagata, Bruno Rangel e Aldi Fliosi, e o Living e Jardim de Inverno, de Dado Castelo Branco. Ou na forma de uma explosão de cores – e flores –, como acontece no Loft do Campo, de Paola Ribeiro, e no espaço Deca, de Marina Linhares. Um clima de nostalgia, que remete às primeiras décadas do evento surge com força no Tributo aos 30, espaço decorado por Roberto Migotto e, mais especificamente, no trem de Leo Shehtman. Um vagão ferroviário desativado, grafitado na parte de fora e inteiramente remodelado por dentro no estilo art déco.

Curta a página do Casa do Facebook

Contidos, quase austeros, mas não menos sofisticados, outros dois ambientes surgem em referência direta à arquitetura do Jockey paulistano, palco da mostra há mais de uma década. Caso da Sala dos Amigos, de Denise Barreto, e da Sala do Apartamento, de Osvaldo Tenório. Espaços que, dispensando forro, exploraram, com sucesso, aspectos da arquitetura do prédio sede do evento. “Luxo para mim tem a ver com autenticidade. Me apaixonei por essas paredes descascadas, são elas que fazem do espaço algo único”, conta Tenório que, sem recorrer a quase nenhum revestimento, compôs um dos ambientes mais inspiradores da mostra. Um canto, segundo ele, para se celebrar a alegria ligada à simplicidade. E aos pequenos encontros.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.