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Tipo loft em meio ao verde

Casa, em Aldeia da Serra, foi erguida para proporcionar qualidade de vida, com destaque para a paisagem

Por Monica Nobrega
Atualização:

Projetar e construir imóveis em condomínios semi-rurais, onde os terrenos são amplos e há espaço para ousar, costuma aguçar a criatividade dos arquitetos. No caso desta casa, localizada em Aldeia da Serra, o trabalho de Wladimir Arruda e Pedro Zeitunlian ficou ainda mais prazeroso porque a proprietária, executiva que mora sozinha, estava disposta a experimentar. O foco de trabalho era oferecer qualidade de vida para alguém que até então havia morado em meio ao caos urbano, o que não chegou a representar um desafio diante da paisagem local. Divisórias estavam fora da lista de prioridades. O terreno em forte aclive - mais de 15 m - facilitou na hora de idealizar o projeto. O recurso arquitetônico que define os cômodos é, principalmente, o das escadas. Vidros completam esse cenário e contribuem para criar a morada com ares de loft. São eles que cercam a suíte principal, no mezanino próximo da fachada da residência. Dali se vê o lago central do condomínio, cercado por pinheiros; o horizonte mais à frente e, no interior da propriedade, a piscina, que está ao mesmo tempo dentro e fora da casa. No living, ela é um espelho d?água com cerca de 40 cm de profundidade e tem réplica da Vênus de Milo em seu centro. A água passa por dutos abertos sob os vidros, e segue em direção ao jardim. Do lado de fora, a piscina emoldura a lateral de uma praça com bancos. O gramado tipo esmeralda é extenso (R$ 1,20 o m², acima de 300 m², sem o frete; abaixo dessa quantidade, R$ 1,40 o m², na Grameira Paisagem) - e não poderia ser diferente, já que a casa foi erguida no centro de dois lotes que somam 1.200 m², dos quais apenas 450 m² construídos. Também há plantas brasileiras e árvores frutíferas para atrair passarinhos: os arbustos de agave, de folhas longas e rígidas, lembram esculturas vivas (R$ 5 a R$ 100, de 30 cm a 80 cm de altura, no Viveiro Santa Cruz). Como peças de Lego Vistas da rua, as linhas da casa remetem a um paralelepípedo interceptado pelo triângulo reto. São como peças do brinquedo Lego, sendo que a triangular está encaixada no meio do "retângulo". A lateral inclinada, à direita, forma o telhado da parte social - rasgado por clarabóias que seguem a proposta de deixar avistar a paisagem e entrar a luz do dia. Quanto aos materiais e cores, predominam as quentes, tanto fora quanto dentro: laranja e salmão nas paredes e telhas de barro, vinho na caixilharia de alumínio pintada e madeira escura - perobinha - nos assoalhos (cerca de R$ 195 o m², na Recoma). Já as dependências de serviço são sobretudo brancas, com azulejos de cerâmica, como é o caso da cozinha simples e espaçosa, que tem comunicação com a sala de jantar. Regra nos cômodos são os múltiplos acessos. Para conduzir os convidados à mesa de refeições, por exemplo, a proprietária pode optar pelo caminho do hall de distribuição junto à porta principal, cuidadosamente acabado com piso de mármore, evitando, assim, atravessar a cozinha. As dependências de empregada são individuais, com cozinha própria e acesso exclusivo, ao lado da garagem. Difícil na casa é definir quantos são os andares. Há um elevador central com cinco paradas, cujo poço tem 10,5 m (da Home Lift, cerca de R$ 37 mil, dependendo dos acabamentos), mas ele não serve à casa como um todo. Ou seja: por ele, é possível ir da garagem, no nível mais baixo, até o living; porém, não dá para chegar à sala de TV, alguns degraus acima. Ainda assim, foi instalado para facilitar o dia-a-dia da dona da casa, quando a idade dificultar o vaivém pelas escadas. Também como garantia para o futuro foram incluídos dois dormitórios. "A proprietária queria apenas uma suíte, mas os quartos extras reforçam o valor de mercado - o imóvel pode ser vendido mais tarde para uma família", justifica Zeitunlian. Difícil é imaginar que, com uma casa tão personalizada, a executiva queira um dia se desfazer dela.

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