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Sem medo de ousar, projeto investe na mistura de efeitos

Combinações inusitadas de estilos, cores e texturas conferem um brilho a mais à apartamento de Pinheiros

Foto do author Ana Lourenço
Por Ana Lourenço
Atualização:
Sala de estar contrapõe mesa de centro contemporânea com carrinho de chá dos anos 50 Foto: Romulo Fialdini

A parede de tijolinhos dá as boas-vindas para quem chega neste arejado apartamento, em Pinheiros. Com 70 m² e situado no 20° andar de um edifício de uma das mais movimentadas ruas do bairro, ele teve de ter a sua estrutura consideravelmente alterada para atender as demandas de sua moradora, que desejava viver, antes de tudo, em um imóvel nada monótono. “Vistos separadamente, os ambientes talvez não façam muito sentido para alguns. A composição causa curiosidade e estranhamento, mas de modo positivo”, declara Rafael Zalc, que assinou o projeto, em colaboração com a também arquiteta, Mona Singal.

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Por se tratar do primeiro apartamento da cliente tudo foi adquirido sob medida ou foi especialmente executado”, conta Zalc, que para alcançar o resultado desejado teve de reorganizar praticamente todas as paredes do imóvel. A cozinha, antes isolada, se transformou em uma grande sala integrada, tendo como destaque a estante suspensa que separa, visualmente, o ambiente em relação ao living. O terraço, que também foi incorporado à área interna, passou a ser delimitado por um deck de madeira, no lugar do antigo caixilho. 

Confira as fotos do apartamento:

A planta original continha dois quartos, sendo o segundo uma suíte, porém com ambientes compactos. A cliente fazia questão de uma área íntima com banheiro e closet amplos, o que demandou uma obra relativamente complexa. O banheiro da suíte se transformou em lavabo e o segundo quarto hoje funciona como o desejado closet. Quase todas as paredes foram removidas, com exceção dos pilares. “Em geral, eu opto pela plena integração para todos os meus projetos de apartamentos com até 80 m². Eu acho importante integrar. Sempre é válido sugerir amplitude", diz o arquiteto.

E foi assim que a obra, que durou cerca de seis meses, resultou em um projeto charmoso e único que consegue misturar materiais e estilos, respeitando as características de cada elemento. “O espaço se torna especial, entre outras coisas, pela variedade de cores, materiais e texturas empregados na obra: o cimento queimado do piso, os tijolos, a madeira, assim como o tom de azul queimado da marcenaria, presente no banho e no tapete da sala. Cada um contando uma história, sem se sobrepor ao outro”, pontua Zalc. 

No mais, cada móvel ou acessório foi escolhido – e posicionado – a dedo pelo arquiteto. Um exemplo é a inesperada combinação de um carrinho de chá modernista, assinado por Jorge Zalszupin, um clássico dos anos 50, com a divertida mesa Swimming Pool do Estúdio Rain, que ocupa o centro da sala de estar. “O apartamento tem espírito jovem e linguagem contemporânea. Lançamos mão de diversos tipos de acabamento e misturamos móveis de diferentes épocas, mas dando a todos seu devido destaque e importância. Sempre conversando entre si”, finaliza.

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