PUBLICIDADE

Saiba como economizar na conta de energia em casa

Não se trata apenas de mudar hábitos: a disposição dos móveis, o tipo de lâmpada e até painéis solares podem levar a uma economia

Foto do author Ana Lourenço
Por Ana Lourenço
Atualização:
Ambientes mais usados devem receber mais luz natural, indica a designer Carol Bordonco Foto: Kadu Lopes

Na última terça-feira, 31, o governo federal anunciou a criação de uma taxa extra na conta de luz. Assim, até abril de 2022, a cada 100 quilowatts-hora (kWh) o usuário deverá pagar uma taxa de R$ 14,20. Mas, de acordo com o secretário de energia elétrica do ministério, Christiano Vieira, as pessoas que reduzirem o consumo de energia em casa, ganharão bônus. Por isso, chegou, mais do que nunca, a hora de economizar. 

PUBLICIDADE

Hábitos simples, como apagar a luz quando sair dos ambientes, tirar os aparelhos da tomada depois do uso ou acumular as roupas na hora de lavar e/ou passar podem ajudar. Segundo Marcos Rosa dos Santos, professor de Engenharia Elétrica do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), pequenas economias no dia a dia podem representar uma grande diferença na conta no fim do mês. “Recomendações antigas, como evitar abrir a geladeira sem necessidade, acumular roupas para passar e usar o ar condicionado com as portas do cômodo fechadas continuam valendo. Quando você pesa todos esses consumos pequenininhos, pode economizar sim no fim do mês”, explica o professor.

Pequenas mudanças na casa também podem auxiliar na economia de energia. “Dentro das casas ainda tem muito poucas iniciativas sustentáveis. E agora realmente chegou a hora de aliar consciência e eficiência tecnológica e ambiental. Não é uma coisa de moda, eu vejo a sustentabilidade como algo indispensável”, pontua a arquiteta Bia Hajnal. Confira abaixo algumas delas.

Luz natural. Uma das formas mais práticas e fáceis de economizar energia é valorizar a iluminação natural da casa. Para isso, evite o bloqueio da luz natural feito por grandes mobiliários, como guarda-roupas. Também recomenda-se pintar as paredes com cores claras, que ajudam a refletir melhor a iluminação do sol. Isso vai fazer com que a necessidade de ligar luzes artificiais seja menor durante todo o dia.

“Ambientes de maior uso devem ser dispostos em locais da casa com luz natural. Bancadas de corte na cozinha, mesa de escritório, são exemplos de cantinhos que irão fazer bom uso da luz da janela. Já o sofá e a televisão não precisam dessa luz, pelo contrário, você quer uma luz mais aconchegante, até pelo reflexo na TV”, explica a designer de interiores Carol Bordonco. As janelas abertas, especialmente em paredes opostas, também garantem ventilação natural, o que diminui a necessidade de ventilador e ar-condicionado nos dias quentes.

Luz artificial. Mas, quando o sol se põe, a luz se faz necessária. Um bom jeito de poupar dinheiro é apostar nas lâmpadas de LED ou fluorescentes. Apesar de serem um pouco mais caras no mercado, duram mais tempo e consomem menos energia. Enquanto as fluorescentes são 50% mais econômicas do que as incandescentes, as opções de LED chegam a 80%. De acordo com a loja Yamamura, especializada em iluminação, as lâmpadas LED têm uma média de 25 mil horas de vida útil e possuem emissão de calor praticamente nula.

Projeto de Bruno Moraes invstiu em LED e dimerização, que permitem diferentes intensidades de luz Foto: Luis Gomes

Atualmente, a tecnologia pode ser aplicada em diferentes modelos de luminárias. Mas, antes da escolha, deve-se ter em mente as atividades a serem realizadas no espaço, para que sejam escolhidos os melhores modelos para cada situação. “A somatória das potências é o que vai fazer a diferença no final. Não adianta trocar por um modelo LED com potência maior do que a lâmpada normal que você já tem. Nesse caso você só está trocando a tecnologia”, alerta o professor Marcos.

Publicidade

Outro conselho prático é pensar em um circuito de iluminação entre os cômodos da casa. “Dividir o ambiente em mais de um circuito possibilita acender apenas alguns pontos de luz, em vez de acionar tudo de uma única vez. Além de proporcionar um clima aconchegante e criar diferentes cenários para o lar, evita-se que muitas lâmpadas estejam ligadas simultaneamente”, recomenda o arquiteto Bruno Moraes.

Tecnologia. “A maioria dos clientes residenciais que busca por automação residencial fazem pelo conforto e pela tecnologia. Mas eu, pessoalmente, vejo a automação muito mais como uma ferramenta de eficiência da casa do que só o conforto”, afirma a arquiteta Bia. Uma casa inteligente pode ser programada de acordo com a rotina do morador e da própria luz solar. Assim, aparelhos podem desligar automaticamente a partir das 22 horas, por exemplo. Ou, nos dias de verão, a cortina pode abaixar conforme a incidência de luz para garantir maior eficiência do ar condicionado. Além disso, é possível instalar sensores de presença nas luminárias que evitam possíveis esquecimentos. “É claro que você pode fazer tudo isso manualmente, mas a automação garante que sempre ocorra, sem erros ou falhas.” 

Aparelhos novos. Sim, os eletrodomésticos mais antigos costumam ser menos eficientes. A troca pelos mais novos garante eficiência energética que pode ser conferida pelo selo Procel. “O selo varia de A a E. Quanto mais verde for, sendo o A o mais eficiente energético, mais econômico esse equipamento é, ou seja, ele consome menos energia para fazer o mesmo trabalho que o equipamento de mesma capacidade faz”, explica Marcos. 

“É fundamental verificar o quanto cada um consome de energia. Sempre digo para meus clientes que não é relevante comprar só pela estética, marca ou preço. No mercado, por exemplo, um mesmo forno pode consumir de duas a três vezes mais que um modelo com funções e potências semelhantes”, relata o arquiteto Bruno Moraes.

Automação residencial pode ser um bom investimento a longo prazo Foto: Julia Ribeiro

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Energia natural. A economia na conta de luz em residências com energia solar é considerável. Em casas, é possível instalar esses sistemas de maneira prática com a ajuda de um profissional, porém em prédios é preciso que o edifício tenha sido pensado para isso. “É uma concepção que precisa nascer na ideia de construir o prédio, não é algo que a gente consegue aplicar depois”, explica Bia. 

Segundo o professor Marcos, independentemente da crise, o aquecimento solar é algo em que vale a pena investir. “Existe um retorno do investimento. Se você não consegue suprir o total, pelo menos parcialmente é possível transferir a energia solar do chuveiro, tomadas que você usa para lavar roupa, máquina de lavar, que são equipamentos considerados vilões”, diz ele, explicando que são os que mais consomem energia. O investimento em energia solar gira em torno de R$ 12 mil a R$ 15 mil, para imóveis pequenos.

Falando em chuveiro, o modelo elétrico é, de fato, o que mais consome energia. Porém, antes de mudar para o modelo a gás, é preciso calcular o uso do gás e o uso da água no aparelho para ver se a troca compensa. “Uma opção é trocar a resistência do chuveiro elétrico e não inteiro. Dessa forma, ele terá menor potência e, assim, consumirá menos energia”, indica Marcos. 

Publicidade

Uma dica para quem toma banho à noite é mudar o hábito, para banhos matinais ou à tarde. Isso porque a necessidade de temperatura não é tão alta como nos banhos noturnos. “Com a chegada do inverno, eles passam a ser usados em potência máxima, por um tempo superior a outras épocas e disparam o valor da tarifa”, lembra Bruno. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.