Planta aberta facilita mescla de estilos em apartamento da Vila Madalena

Passado e presente dos moradores desta família paulistana foram incorporados à decoração do imóvel

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Por Roberta Cardoso
Atualização:
Visão geral da área de estar e mesa de jantar Foto: Mariana Orsi

Com a calma de quem acabou de comprar um apartamento duplex de 180 m² e, portanto, com amplas possibilidades de ocupação, um casal de publicitários delegou ao estúdio Lúcia Manzano Arquitetura + Paisagismo, a tarefa de transformar o espaço do imóvel localizado na Vila Madalena, em um lugar capaz de acolher os estilos de vida de cada um dos integrantes da família. Incluindo o da filha, de 11 anos.

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Primeiro desafio: lidar com uma distribuição atípica. “A entrada se dá pela sala. Logo, era preciso direcionar de alguma forma a atenção para o andar debaixo”, conta Lúcia que, neste sentido, resolveu destacar a escada por meio de sua estrutura metálica e de uma parede de cimento queimado que percorre os dois níveis do apartamento. “Resolvi também projetar uma estante e um escritório logo aos pés da escada, transformando o local em ponto de interesse de todos”, diz.

Nas demais áreas, superiluminadas pelos janelões que percorrem todo o apartamento, Lúcia usou e abusou da iluminação natural, lançando mão de uma decoração que priorizou as condições de conforto e circulação.

Móveis de madeira, em tonalidades rebaixadas, para aquecer o ambiente, que conta com piso frio, feito de placas cimentícias Foto: Mariana Orsi

Na varanda, por exemplo, o sofá em ‘L’ foi feito com madeira de demolição, os almofadões sugerem acolhimento, enquanto a grande jardineira em aço traçam a ponte entre o ambiente interno e o externo, integrando a área às copas das árvores. “Como o piso é cimentício, elegemos a madeira para aquecer e integrar o espaço à arquitetura do edifício.”

Em todo apartamento, apenas três paredes fogem à regra do branco absoluto, aplicada também a todos os forros. Coube aos móveis e acessórios a função de imprimir cor e vitalidade à decoração. A começar pelo sofá azul do living, tomado como ponto de partida para a escolha e disposição dos demais itens. 

“Os moradores tiveram participação direta no garimpo da mobília”, afirma a arquiteta. Na sala de jantar, por exemplo, a grande cristaleira é herança da avó da proprietário. Já a mesa Saarinen, a luminária Bossa e as cadeiras de madeira e palhinha foram adquiridas logo após a conclusão da reforma. 

“Não queríamos a casa da vovó, mas sim acomodar móveis que trazem lembrança, que têm história, com os novos”, explica a arquiteta, que conseguiu transformar o pé de uma máquina de costura antiga em base para um bar com tampo de madeira rústica. 

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Em outro raro momento de cor, na suíte do casal, pautada pela leveza, o azul serve de pano de fundo para a cabeceira de couro. “A cômoda foi desenhada e revestida com papel de parede com grafismos preto e branco. A jarra e a bacia de louça posicionadas ali são herança de família e as luminárias, de design escandinavo, foram compradas durante uma viagem. 

No dormitório da filha foi priorizada a longevidade. “Ela está com 11 anos. Logo entrará na adolescência. As coisas mudam muito nessa fase. Não queríamos entulhar, mas produzir algo mais atemporal, para crescer com ela”, diz.

O fato de serem amigos, a arquiteta e o casal de proprietários, foi determinante. “Sem dúvidas me permitiu dar uma abordagem mais descompromissada à decoração e isso salta aos olhos”, conclui Lúcia.

Conforto e descontração foram priorizados na escolha dos móveis da sala de estar do andar principal Foto: Mariana Orsi
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