Paulo Mendes da Rocha é premiado com o Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza

Ganhador do prêmio Pritzker de 2006, arquiteto comenta a indicação em entrevista exclusiva

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Por Marcelo Lima
Atualização:
O arquiteto Paulo Mendes da Rocha, que acaba de receber o Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza, na poltrona Paulistano Foto: divulgação

O arquiteto Paulo Mendes da Rocha acaba de receber o Leão de Ouro, da Bienal de Arquitetura de Veneza, que acontece até 27 de novembro, pelo conjunto de sua obra. Laureado com o prêmio Pritzker de 2006, o mais importante da arquitetura, e ainda em plena atividade, seu nome permanece um dos mais influentes do cenário internacional, sobretudo entre os jovens profissionais.

Apesar de mais ocasional, sua porção designer é igualmente significativa. Em particular pela síntese de elegância e simplicidade que consegue imprimir a suas criações. Virtudes evidentes, por exemplo, na poltrona Paulistano, produzida para equipar o ginásio do clube de mesmo nome, projetado pelo arquiteto em 1957 e, que, desde 2009, integra o acervo do MoMA, de Nova York. “Não faço distinções. As coisas precisam ser desenhadas”, afirmou ele nesta entrevista exclusiva ao Casa, poucos dias antes de embarcar para Veneza para a entrega do prêmio.

A poltrona Paulistano, de couro, com estrutura metálica Foto: divulgação

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Qual a importância hoje das bienais internacionais de arquitetura? Elas só fazem sentido à medida que se propuserem a discutir as cidades e menos assuntos especificamente ligadas aos projetos, que são de interesse mais restrito. Em diferentes ordens e escalas, as cidades são assunto de interesse global. Discutir o futuro das cidades é, portanto, uma questão premente e o interesse do público pelas bienais de arquitetura vai depender desse enfoque.

O senhor frequenta a Bienal de Veneza? Quais suas expectativas em relação ao evento?  Estive em Veneza na a 7.ª edição da Bienal, em 2000, quando tive o prazer de dividir o espaço da representação brasileira com João Filgueiras Lima, o Lelé, e a experiência foi muito gratificante. Agora viajo a Veneza mais como observador, mas as expectativas são grandes.

Como se deu sua aproximação com o universo do design? Em especial com o desenho de peças de mobiliário? De forma natural. Como resposta a necessidades claras, que procurei equacionar da melhor forma possível. Quase como um gesto. Não faço distinções. As coisas têm de ser desenhadas, quer se trate de um móvel ou de um copo, e é importante que o desenho final reflita essa questão inicial. Quanto mais natural e lógica for a resposta, melhor a qualidade do design.

O edifício Guaimbê na Hadock Lobo, em São Paulo: projeto residencial de 1965 Foto: divulgação
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