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Paredes de concreto ditam a decoração em apartamento de 120 m²

Antes um empecilho, estruturas foram descascadas e se tornaram ponto alto do apartamento

Por Natalia Mazzoni
Atualização:
Os banquinhos da Oppa servem de apoio quando o casal recebe amigos em casa Foto: Julia Ribeiro/Divulgação

As paredes de cimento aparente chamam a atenção de quem entra neste apartamento de 120 m² em Pinheiros. Ponto de partida de um projeto que reformou pela primeira vez o imóvel dos anos 1970, as superfícies deixadas em estado bruto quase saíram de cena, mas foram salvas por serem estruturas essenciais. “A ideia inicial do projeto era derrubar as paredes que hoje estão cinzas para ampliar a área social. Quando tivemos a confirmação de que isso não poderia ser feito, revertemos tudo para transformar o empecilho em ponto alto”, diz a arquiteta Sarah Bonanno de Almeida, do Tria Arquitetura, escritório responsável pela reforma. Além de restaurar as partes elétricas e hidráulicas, necessidade comum em imóveis antigos, partindo do princípio que as paredes teriam de continuar lá, as arquitetas focaram esforços para alterar o layout mesmo sem poder radicalizar. A área de serviço ficou menor, deu espaço para um escritório, e a cozinha foi integrada ao espaço da sala de jantar. “A cozinha é pequena, e passa quase despercebida quando olhamos o living. Ela foi mobiliada com os mesmos tipos de revestimentos que aparecem no resto do apartamento, para que não tivesse nenhum ruptura estética na área. É como uma continuação do jantar”, explica Sarah. Na área social e íntima o piso de tacos de madeira foi restaurado. Na cozinha, ladrilhos em cor mostarda fazem com que a transição de um espaço para o outro seja suave.

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Suavidade, aliás, foi uma das buscas das arquitetas depois que as paredes estruturais foram descascadas. Se a decoração fosse feita com peças pesadas e tons escuros, o resultado seria um apartamento mais bruto, algo que não estava nos planos dos moradores, um jovem casal. “Ter um elemento forte como o cimento aparente é algo que pede uma decisão: ou você reforça a característica industrial e assume esse estilo, ou você usa alguns artifícios para fazer um contraponto. Aqui, escolhemos um tom de azul bem suave para alguns itens da marcenaria para trazer leveza”, explica a arquiteta. O tom de madeira dos móveis também foi escolhido pensando em “clarear” os ambientes. “Outra questão importante deste projeto é que não existe muita luz natural entrando pelas janelas. Optar por cores escuras quando se tem essa situação não é seguro, pode resultar em um ambiente sombrio”, aconselha Sarah, que driblou também a falta de integração entre estar e sala de TV. “Como não derrubamos a parede que divide os dois ambientes, criamos uma prateleira de madeira que percorre o estar e vai para a sala de TV, isso também é capaz de criar uma ligação, os olhos percorrem esse caminho. O resultado que temos hoje agrada muito a nós e aos moradores. É um apartamento com personalidade. Saiu diferente, e melhor, do que o esperado.”

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