Paixão pelo ofício

Ricardo Graham Ferreira faz questão de usar o termo ebanista para definir seu trabalho de marcenaria

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Por Natalia Mazzoni
Atualização:
O ebanista Ricardo Graham Ferreira em sua oficina, no Rio 

 

Ebanista: pessoa que trabalha com madeiras finas. A palavra vem de ébano, árvore de madeira escura. Na vida do carioca Ricardo Graham Ferreira o termo pouco conhecido significa o resultado da busca por uma vida dedicada à criação. Formado em marketing, o carioca chegou a trabalhar na área por algum tempo, mas faltava alguma coisa. Foi até Milão em busca da resposta e se encontrou no Centro de Formação Profissional Giuseppe Terragni. 

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Já certo do que queria, partiu para a França, onde se formou na Escola Superior de Ebanisteria de Avignon. Foram três anos de estudos, entre idas e vindas para visitar o Brasil. Enquanto isso, Graham juntava madeiras e começava a criar seu canto, onde hoje funciona a oficina Graham Ferreira, no Rio. “Durante as aulas, usava madeiras que não têm as mesmas características das brasileiras. Então, quando voltei, foi o momento de usar meu conhecimento para experimentar.”

Hoje, o ebanista cria peças de mobiliário com roxinho, cumaru, ipê, breu-vermelho, entre outras madeiras brasileiras. Suas criações reverenciam técnicas tradicionais de marcenaria, com encaixes que dispensam o uso de pregos, apoiados por peças que Graham cria na oficina. “A partir de um encaixe, penso em outra peça que pode usar o mesmo mecanismo, e o processo de criação vai acontecendo assim, na prática.”

Acostumado a trocar ideias com os clientes, ele faz peças sob encomenda e outras em tiragem limitada, vendidas nas loja Novo Desenho e do MAM do Rio e Arte Ofício, em Brasília. “O termo ebanista caiu em desuso, mas faço questão de usar, acho bonito.” 

 

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