PUBLICIDADE

Móvel de arquiteto

Estúdio de arquitetura FGMF lança linha de móveis Farofa na SP-Arte 2017, feita em parceria com o designer Paulo Alves

Por Marcelo Lima
Atualização:
Da esquerda para a direita, os arquitetos Rodrigo Marcondes Ferraz, Paulo Alves, Fernando Fortes e Lourenço Gimenes, criadores da linha Farofa de móveis, feitos de chapa de ferro dobrada e madeira Foto: Victor Affaro

Apesar de bastante próximos, a ideia de desenvolver móveis juntos só tomou contornos mais definidos quando os escritórios se encontraram no projeto de um restaurante em Miami. “Sentimos necessidade de criar peças inéditas para o espaço e convidamos o Paulo para trabalhar conosco”, conta Lourenço Gimenes, do estúdio de arquitetura FGMF, que lança na próxima edição da SP-Arte, a linha de móveis Farofa, feita em parceria com o designer Paulo Alves. “A participação dele trouxe aportes muito importantes para viabilizarmos os móveis do ponto de vista de sua produção em série, resistência e ergonomia”, afirma Gimenes, que ao lado de seus parceiros de criação falou com exclusividade ao Casa.

• O fato de todos terem cursado arquitetura facilitou a interação entre vocês?Fernando Forte: Somos amigos de longa data e sempre que trabalhamos juntos o diálogo fluí tranquilamente. Não sei se isso se deve ao fato de sermos todos arquitetos. O que posso dizer é que temos linhas de raciocínio similares e o desenvolvimento do trabalho se deu de maneira tranquilo, com ideias adotados ou descartadas com naturalidade, como acontece em todo processo criativo. O resultado nos agradou bastante, pois embora tudo tenha sido pensado em conjunto, a cadeira parece carregar marcas fortes de cada estúdio. É impossível não reconhecer nela traços fortes do trabalho do Paulo na madeira e nossos, no trato do metal. 

A cadeira Farofa, primeiro móvel da série que terá também bancos e mesas Foto: Victor Affaro

PUBLICIDADE

• O que diferencia um móvel desenhado por um arquiteto do de um designer?Rodrigo Marcondes Ferraz: Sem querer generalizar, diria que os arquitetos talvez tendam a pensar mais no funcionamento, na estrutura do móvel, na razão de ser de cada material escolhido para compor determinada peça. Entender uma mesa como um conjunto formado por 4 pilares com uma laje apoiada sobre eles dá ao objeto uma outra dimensão. Nesse sentido, acho que isso facilitou nosso diálogo. Ele bebe nas mesmas fontes que nós.

• E para você Paulo? Em que aspectos a parceria foi mais bem-sucedida?Paulo Alves: A participação deles foi essencial na questão de assumir a mistura de materiais. De decidirmos usar o ferro e de fazer o assento em aço, pois minha especialidade é a madeira, mas com o know how que eles têm, creio que conseguimos fazer algo, de fato inovador, do ponto de vista construtivo. É como eu costumo dizer: as dificuldades são nossos melhores amigos. São elas que nos colocam os limites e nos levam onde devemos chegar.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.