Mil e uma utilidades

Curador do Global Grad Show, Brendan McGetrick comenta os principais destaques do evento realizado em Dubai

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Por Marcelo Lima
Atualização:
Praticidade define o projeto Bend It, que é composto por peças desmontáveis de madeira e uma rede. Juntas, as peças formam uma estante ondular e personalizável, que pode ser utilizada para guardar roupas, calçados e objetos em geral. A criação é de Sophia Moeschlin, da University of Art and Design Lausanne, da Suíça. Foto: Divulgação

Implantado no centro do bairro do design de Dubai, o d3, o Global Grad Show sintetiza bem a ambição da cidade árabe de se tornar um centro de inovação para o resto do mundo. Um dos mais aguardados eventos da semana de design local, o Grad este ano apresentou 145 projetos criados por alunos de graduação em design de 50 escolas, baseadas em 30 países, incluindo universidades do Oriente Médio, da África do Norte e da Ásia do Sul. À frente da empreitada, o russo, filho de pais norte-americanos, Brendan McGetrick: um escritor e curador independente, a quem interessa investigar o futuro do design. “Nossa mostra contempla consumidores para os quais o mercado não tem olhos. Ao menos ainda”, conforme declarou nesta entrevista exclusiva ao Casa, realizada em Dubai.

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Quais os critérios de escolha dos projetos?  O objetivo primordial é promover ideias capazes de criar impactos reais e duradouros. De propostas que facilitem a vida dos refugiados àquelas que otimizam o desempenho em casa ou no trabalho. Por isso, o nosso raio de interesses é muito amplo. O futuro não tem hora nem local para acontecer. Seja na medicina, no uso de energia, na iluminação e até na cozinha.

Como a mostra se estrutura?  Em vez de setorizar os projetos por temas específicos, no Global Grad Show, procuramos apresentar os trabalhos de forma despretensiosa, de acordo com o que ele faz, não do que ele é. No segmento Empower, o foco são novas maneiras de despertar ideias e expandir habilidades. Na seção Connection, a preocupação é incentivar o intercâmbio e a construção de comunidades eficientes. Já, no Sustain, tudo gira em torno de abordagens inovadoras para reduzir desperdícios de todo tipo e gerar energia.

Acredita que alguns dos projetos apresentados podem vir a ser absorvidos pelo mercado? Sem dúvida que sim. Muitos deles representam soluções viáveis para problemas prementes que o mundo está enfrentando hoje e, entre nossos objetivos, está o de funcionar como uma real plataforma para que estudantes de graduação introduzam ideias frescas para um público expandido. Costumo dizer aos estudantes: vocês entram com as ideias. Nos encarregamos de trazer a audiência qualificada. Daí nosso interesse em promover o contato entre os participantes e possíveis parceiros.

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