Memória carioca

Radicado em São Paulo, casal contrata arquiteta para imprimir atmosfera do litoral a seu duplex em SP

PUBLICIDADE

Por Marcelo Lima
Atualização:
Concebido sem divisórias, o projeto ganhou amplitude e intensa luminosidade Foto: Denilson Machado/Divulgação

Foi o desejo de habitar ambientes mais descontraídos, menos congestionados visualmente e melhor iluminados - atributos esses vistos por muitos como típicos do viver à carioca - que levou o jovem casal de proprietários a voltar seus olhos para sua terra natal na hora de executar a aguardada reforma de sua cobertura duplex, de 250 m², no bairro do Panamby, em São Paulo.  “Eles estão há muitos anos radicados em São Paulo, mas frequentemente viajam ao Rio. Nos conhecemos durante uma visita à Casa Cor Rio, há dois anos, eles se encantaram com a fluidez e a luminosidade que, segundo eles emanava do ambiente que eu havia projetado para a mostra e que, de alguma forma, eles gostariam de ver reproduzidas em São Paulo”, comenta a arquiteta carioca, Paula Neder.  “O casal sabia exatamente o que procurava. Queriam um apartamento simples, mas elegante, como faziam questão de frisar”, recorda Paula, que aceitou o desafio, tendo como base uma paleta de cores bem específica, que alternava nuances de branco, azul e verde.  “A dona da casa me segredou que seu maior desejo era se sentir em Itaipava, cidade serrana do Rio, quando estivesse no andar de baixo, e, em plena Búzios, em uma casa de praia, quando estivesse no pavimento superior”, brinca a arquiteta, que com parâmetros claros em mente empreendeu a completa reforma do imóvel. Para sugerir maior amplitude e praticidade de uso, um dos quartos da planta original foi eliminado e uma suíte surgiu no pavimento superior, a partir da redistribuição das áreas da antiga sala, de um outro quarto e de um banheiro. As paredes que dividiam o terraço foram demolidas, abrindo espaço para a criação de um banheiro e de uma mini copa que serve de apoio para a cozinha gourmet.

PUBLICIDADE

Bastante arborizado, o entorno do edifício foi altamente inspirador para a arquiteta, acostumada a vislumbrar paisagens a perder de vista. Assim como a luz natural, densa e abundante, que todas as manhãs lava as paredes dos dois pavimentos. “Diante deste cenário, optei por fazer uma decoração de base neutra, mas pontuada por cores nos móveis e objetos”, resume Paula. Sonho confesso dos proprietários, um painel de azulejos, voltado para a sala, ocupa hoje a parede da varanda, do primeiro andar, que teve seu piso recoberto por madeira de demolição, para atender ao desejo da proprietária de se sentir na serra. Ainda no pavimento, paredes de tijolinhos foram pintadas de branco para oferecer ainda melhores condições de reflexão de luz.

À noite, para proporcionar maior flexibilidade, o projeto luminotécnico foi planejado para prever iluminação direta e indireta, além de dimmers instalados para controle da intensidade luminosa.  “Nossa maior dificuldade foi conduzir a reforma com os proprietários morando no imóvel. Eles queriam acompanhar cada detalhe de todas as etapas da obra. Foi realmente um desafio, mas também muito legal. Raras vezes conheci clientes tão dedicados e interessados”, considera Paula.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.