Eles ocupam diferentes estágios da carreira: Isabella, recém-chegada à faculdade, mas já estagiando; Karina, trabalhando em associação com os pais; José Ricardo, atuando em escritório próprio. Mas, para além da paixão pelo que fazem, eles compartilham um dado em comum: todos são filhos de mães que construíram carreiras de sucesso nas áreas de arquitetura e de design de interiores.“Fiquei muito feliz com a escolha dela”, confessa Fernanda Marques. “Sempre soube que ela seria arquiteta”, revela Ieda Korman. “Tinha sensibilidade de arquiteto”, derrete-se Teresinha Nigri. Com a palavra, as mães e seus filhos arquitetos.
O que a levou a optar pela carreira?
Carina Korman: Sempre gostei de desenhar. Durante nossas viagens, meus pais sempre aguçaram meu desejo de analisar paisagens, obras de arte. Todas essas experiências, acredito, pesaram na minha decisão.
Isabella Marques: Acho que minha mãe me influenciou muito. Ela sempre se preocupou em me dar uma educação que valorizasse a cultura e as artes. Acabei me apaixonando por esse universo e daí pela arquitetura.
José Ricardo Nigri Basiches: Nunca tive dúvidas. A paixão pela arquitetura se aprofundou na faculdade, mas talvez tenha vindo mesmo do berço. Foi apenas uma questão de tempo colocar tudo o que vivi em prática.
O que achou da decisão dele (a)?
Ieda Korman: A princípio, não gostei muito. Ao contrário do que muitos pensam, nossa profissão não é tão fácil. Por outro lado, desde muito cedo percebi que ela nasceu para isso. E, sendo assim, teria todas as condições de se realizar e ser feliz na atividade.
Fernanda Marques: Adorei. No fundo, acho que sempre sonhamos que nossos filhos possam levar à frente tudo o que construímos.
Teresinha Nigri Basiches: Certa vez, o José Ricardo me acompanhou a uma viagem a Buenos Aires. Lembro que ele fez um comentário sobre a arquitetura local que revelava nítida sensibilidade de arquiteto. Quando ele me comunicou, dei a maior força. Sabia que estava no caminho certo.
O que mais o (a) atrai na profissão?
CK: Basicamente, atuar em uma área na qual não existem regras. Cada projeto é um degrau a mais de conhecimento. É uma profissão na qual a busca pelo novo nunca acaba.
IM: Acabo de entrar na faculdade, mas desde já o que mais me agrada é o processo de criação em si. Saber que para cada projeto podem existir soluções completamente diferentes.
JRNB: Antes de mais nada, o prazer de contribuir para a realização do sonho de morar de alguém. Entrar em um espaço que projetei também me traz uma satisfação inexplicável.
Qual acredita ser o maior desafio que ele(a) vá enfrentar na sua vida profissional?
IK: Acredito que seu maior desafio foi criar identidade própria. Digo foi, porque, felizmente, acho que ela já conseguiu isso faz tempo.
FM: Como acontece com filhos que seguem a carreira dos pais, creio que é saber se colocar diante deles. Saber compatibilizar o olhar desafiador deles com a sabedoria dos mais velhos.
TNB: O maior desafio é saber lidar com o sucesso e o talento, sem cair nas armadilhas do ego.