Jogo de espelhos

Recurso pode ajudar a ampliar e clarear espaços, mas exige atenção. Veja dicas para conseguir o melhor efeito

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Por Marcelo Lima
Atualização:
Espelhos com formatos inusitados ganham destaque na decoração em projeto de Shirlei Proença Foto: Renato Navarro

Trazer a natureza para dentro de casa tem sido hoje o objetivo de muitos projetos de decoração. Nem sempre, no entanto, é viável montar uma “floresta” no meio da sala. Para quem dispõe de plantas na altura das janelas, porém, criar um efeito parecido é perfeitamente possível. Basta lançar mão de um artifício eficaz, velho conhecido dos decoradores, que requer pouca manutenção, mas alguma habilidade: o uso de espelhos.  De fato, existem muitas maneiras pelas quais superfícies espelhadas podem adicionar amplitude, beleza e brilho ao desenho dos mais diversos ambientes. Áreas muito pequenas ou muito estreitas; espaços que carecem de luz solar; cômodos que parecem apertados demais ou confusos; salas desprovidas de maiores atrativos ou foco: todas essas situações podem ser facilmente retrabalhadas pelo uso de espelhos, desde que eles estejam no lugar certo.  Antes de mais nada, é preciso que todas as cores e texturas refletidas trabalhem em consonância com o esquema pensado para os interiores. Tenha em mente que espelhos de diferentes formatos têm diferentes funções: os verticais, em geral, são utilizados para ampliar a altura; os horizontais, a largura. Assim, ambientes com pé-direito alto acabam sendo mais valorizados por espelhos verticais. Já os mais compridos e com pé-direito baixo, pelos horizontais. Além disso, apesar de evidente, é importante observar que espelhos duplicam tudo o que existe dentro ou fora dos ambientes, incluindo o que é indesejado. É o que acontece, por exemplo, quando colocamos um espelho em uma sala de jantar, frente a um grande lustre, o que pode deixar o espaço pesado demais e até comprometer sua visibilidade. Tudo muda, porém, se o ambiente dispor de uma peça mais discreta e for banhado por luz natural. O efeito pode ser totalmente outro: ampliar as condições de iluminação e ainda acrescentar um ponto de interesse a mais na decoração.  Assim, na maioria das vezes, pode parecer altamente tentador pendurar um espelho para preencher o espaço vazio de uma parede, mas é essencial verificar antes se ele estará refletindo algo que merece destaque. Ou se a colocação inadequada não vai colaborar para desviar a atenção, como ocorre com uma peça posicionada em um home office, por exemplo.  “Uma das piores coisas que podem acontecer é pendurar espelhos de forma aleatória pela casa, refletindo coisas indesejadas”, afirma a arquiteta Shirlei Proença. Ou, em outras palavras, uma parede sem graça, uma peça de mobiliário pouco atraente ou mesmo um canto bagunçado demais. “Espelho deve refletir a luz ou, ao menos, algo muito bonito”, sugere.

Cozinha tem seu tamanho ampliado por espelhos em projeto de Barbara Dundes Foto: Barbara Carvalho

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Ilusão de escala. Espelhos ajudam a refletir a luz solar em um espaço, fazendo com que ele pareça maior do que efetivamente é. Trata-se de uma maneira simples de fazer com que até áreas menores, como halls de entrada, lavabos e corredores, pareçam maiores, mas também pode funcionar em espaços difíceis de trabalhar, como salas pequenas. Revestindo paredes, espelhos podem fazer com que qualquer ambiente, seja ele estreito ou largo, pareça mais equilibrado. Outra dica, para sugerir um espaço maior e mais acolhedor, é instalar o espelho bem no alto da parede, com a parte de cima levemente inclinada para a frente. Isso fará com que reflita mais o espaço do que quando posicionado a 90 graus do chão.

Ponto focal. Em se tratando de espelhos avulsos e emoldurados, uma peça mais ousada pode definir a atmosfera de todo um ambiente. É o que ocorre, por exemplo, quando posicionamos um no centro de um hall de entrada ou adotamos um objeto de desenho singular sobre aparadores, penteadeiras, pias ou cubas. Bastante empregada, outra possibilidade, quando o objetivo for dar destaque a uma peça delgada e alta, é apenas encostar o espelho, de forma inclinada e mais descompromissada, na parede. Neste caso, porém, assegure-se de promover a fixação da peça no chão, para que ela não deslize.

Sensação de profundidade. Ela ocorre, por exemplo, quando posicionamos uma peça grande no centro ou revestimos parte da parede de um ambiente pequeno. No caso da sala de jantar, a ilusão é ainda maior caso o espelho reflita um lustre, mas, neste caso, cuide para que ele não provoque ofuscamento. Já no quarto é preciso redobrar os cuidados: o efeito não é tão agradável se ele refletir a cama e, além disso, procure posicioná-lo atrás de você, assim, você não verá seu reflexo assim que acordar (o que nem sempre é o ideal). Acima da cabeceira costuma ser o local mais indicado.

Reflexo natural. Como espelhos refletem a luz, sua colocação estratégica pode ajudar a iluminar ambientes mais escuros. Se você tiver um quarto com apenas uma janela, por exemplo, coloque um espelho em frente a ela, para refletir a luz do sol de volta para o quarto. Já se sua sala receber mais luz de manhã ou no fim da tarde, esses momentos podem se tornar ainda mais poéticos com um bom espelho posicionado. Cuide apenas para que esta situação não provoque ofuscamento visual.

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