Intenso intercâmbio

Entre o Brasil e a França, designers do Atelier Bam contemplam atuação global

PUBLICIDADE

Por Marcelo Lima
Atualização:
Os integrantes do Ateliere Bam: Juliana Bertolucci e Clément Gérard Foto: Marcelo Lima

A arquiteta brasileira Juliana Bertolucci conheceu o francês Clément Gérard quando ainda cursava a escola de arquitetura de Grenoble, na França, em 2006. Depois de formados, decidiram se transferir para Paris, onde trabalharam em diferentes escritórios de arquitetura, até que resolveram arrumar as malas e vir de vez para o Brasil. Na bagagem, o desejo de cursar pós-graduação em design. 

PUBLICIDADE

Ano de conclusão dos estudos, 2012 assinala também a fundação do Atelier Bam: estúdio de criação multidisciplinar onde a dupla desenvolve projetos de arquitetura, cenografia e design. “Em todas as áreas de nosso trabalho, procuramos combinar ao máximo o artesanal com o tecnológico. Queremos que nosso design ajude a manter vivo todo esse conhecimento ancestral adquirido e que, ao mesmo tempo, ele possa impulsionar novas formas de produção. O artesanal não pode se perder”, defende Juliana.

“Ela é a mais racional de nós. Valoriza a expressão da estrutura do objeto, o que significa simplificar ao máximo as formas, além de ser fiel à cada material e solução”, afirma Gérard, ao analisar a dinâmica de trabalho conjunto. “O Clément se liga mais nos aspectos sensoriais relacionados aos objetos”, considera Juliana. 

A coleção 85g CO2, para a Bertolucci, composta de sete objetos, entre luminárias e mesas, de diversos materiais Foto: Marcelo Lima

Não que não existam motivações comuns. “Vemos o design como uma ferramenta fundamental para o crescimento sustentável da sociedade. Nos nossos objetos, acreditamos ser essencial relacionar o homem à natureza e a seus modos de uso e consumo”, afirma Gérard.

Em ritmo de intenso intercâmbio, a dupla realizou sua mostra inaugural, na exposição Now! le off, em Paris, em 2013, com a coleção Nina, que apresentava uma cadeira e uma mesa extensível. Em seguida, participou da mostra Novo Design Brasileiro no espaço Cartel, em 2014, e, pela segunda vez, da Now! le off. No mesmo ano, foram convidados a compor o elenco da mostra paulistana Made e, no mês passado, para participar da primeira edição internacional do evento, na Semana de Design de Milão. Desta vez, com uma série de luminárias fabricadas com rebarbas de fios de latão descartadas. 

“O que nos guia é o conceito do projeto”, pontua Gérard. “Nossos objetos procuram agregar valores locais a partir de sua simplicidade e transparência construtiva. Tudo com um toque de poesia. E esses valores são universais”, sintetiza a arquiteta e designer.

Peças da coleção Nitens, também para a Bertolucci, com elementos feitos com rebarbas de latão Foto: Marcelo Lima

 

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.