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Histórias de família

Apartamento que era do avô da atual moradora passou por uma transformação para se ajustar à nova rotina

Por Natalia Mazzoni
Atualização:
Detalhe do estar em apartamento reformado nos Jardins Foto: Pedro Vannucchi/Estadão

Este apartamento nos Jardins carrega um bom tanto de histórias de sua atual moradora, a artista plástica e ilustradora Catarina Bessel. O imóvel pertenceu a seu avó e passou para seu pai; foi onde ela cresceu e para onde, tempos depois, voltou para chamar, de novo, de lar. Quando ela decidiu viver no imóvel, de 130 m², ficou claro que ele precisava de uma reforma para atualizar os ambientes. Para isso, contou com a ajuda das arquitetas Claudia Bresciani e Júlia Risi. “Por ser um apartamento antigo, havia muitos cômodos segmentados, o que não condiz com a linguagem que a proprietária queria. A obra reorganizou todos os ambientes e propôs uma nova maneira de morar”, diz Claudia.  O layout atual é resultado da derrubada de muitas paredes. Já que a cliente tinha o desejo de ter espaço para trabalhar em casa, uma área que antes pertencia a dois quartos pequenos foi reservada para servir de ateliê e ganhou uma porta pivotante, assim, pode funcionar também como quarto de hóspedes. A cozinha foi integrada ao estar e ganhou um ponto de cor estratégico para esconder a porta de serviço. “Pintamos a porta com a mesma cor das paredes da despensa e instalamos prateleiras na frente. Se um dia ela resolver colocar a porta em uso novamente, é só desinstalar essas prateleiras”, explica Claudia.

O azul escolhido para a despensa criou uma “lanterninha de luz”, como gosta de dizer a arquiteta, e caiu muito bem com as outras cores do espaço, o branco, o preto da parede de lousa e o rosa pastel da marcenaria, feita com pinus, assim como todos os móveis planejados – uma opção para não encarecer o orçamento da reforma. “A cliente não queria gastar muito, então, focamos </CW>os gastos em áreas bem específicas, como no banco de concreto que construímos na sala para servir de apoio para as obras de sua autoria, a marcenaria sob medida e alguns revestimentos, como a faixa de ladrilhos hidráulicos no escritório”, diz Claudia. Um balcão de madeira desenhado pelas arquitetas tem espaço para o café da manhã e acomoda algumas louças.  Os ladrilhos entraram no projeto depois que o grande móvel que dividia os dois quartos saiu. “Ficamos com uma faixa sem piso no chão e optamos por não instalar tacos, mas, sim, fazer um desenho, paginado pela moradora, com ladrilhos. O piso da cozinha ganhou o mesmo tipo de revestimento, mas de outro modelo”, conta a arquiteta. O resto do apartamento ficou com seus tacos originais, que só precisaram ser lixados, já que estavam bem guardados por duas camadas de carpete. As instalações elétrica e hidráulica tiveram de ser totalmente refeitas, já que o imóvel nunca havia sido reformado. Na área íntima, os banheiros foram repaginados e o antigo quarto da área de serviço foi transformado em um espaçoso closet, equipado com armários sem porta, outra estratégia que as arquitetas adotaram para baixar o custo do planejado. “Essa é uma dica ótima para quem quer economizar, faz uma boa diferença no preço final. Mantivemos a porta original do cômodo, então, o closet tem conexão também com a área de serviço”, comenta.  Reforma pronta, a decoração foi feita aos poucos e demorou um ano para ficar como está hoje. É composta por peças escolhidas com cuidado pela moradora, algumas feitas por amigos que estudaram com ela na faculdade de arquitetura, como o banco de madeira assinado pela Oficina das Coisas. “Até as plantas foram escolhidas uma por uma. É, agora, de fato, a casa dela.” 

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